terça-feira, 31 de maio de 2011

Maconha: liberar ou não, eis a questão!

A liberação do uso da maconha é um tema que vem sendo discutido há pelo menos 40 anos e cresceu muito o debate nos últimos 15 anos. No entanto pouca coisa de prática foi feito para sequer equacionar a questão. O álcool, por exemplo, que é uma droga lícita, é a verdadeira porta de entrada e no entanto, permite-se não apenas a comercialização, mas é fartamente divulgado em campanhas publicitárias. Mais do que ser contra ou a favor, é preciso estar aberto à discussão do assunto. Então vejamos os vários aspectos do debate.

Ao se propor que a maconha seja comercializada para uso medicinal, é preciso que se crie uma estrutura de fiscalização para que haja um controle efetivo e permanente. E, no Brasil, infelizmente, é muito raro algum órgão fiscalizador funcionar. Nos anos 80, a maconha passou a ter largo uso medicinal nos Estados Unidos sobretudo no tratamento da AIDS, para que as pessoas se alimentassem. Mas lá foram estabelecidos critérios para a plantação, comercialização, cadastro das pessoas que são atendidas, com suas respectivas fichas médicas.

Não há casos registrados de nenhum caso de morte por overdose de maconha. Também não se pade dizer que uma pessoa fuma maconha para roubar, matar, estuprar ou cometer qualquer tipo de ato ilícito. Maconha, a exemplo de outras drogas lícitas ou ilícitas, apenas liberam as amarras internas do indivíduo. Se uma pessoa quer cometer uma infração, pode fazer isso de cara limpa ou não. O que há é um falso moralismo em torno da maconha. Como se não fosse sobre o efeito do álcool que os atos infracionais são cometidos.

Há de se ponderar também o fato de pessoas que usam maconha de forma recreativa ou são usuárias e jamais cometeram uma infração de trânsito sequer. E quem é contra pode dizer: é como começa. Mas não é marginalizando essas pessoas que se chega a uma solução. São vários aspectos e parâmetros a serem considerados. Não é um debate simples.

O aspecto sócio-cultural é outro a ser ponderado, ainda que em menor escala, pois apenas se enontra isso em municípios do interior de estados da Amazônia Brasileira. Em algumas culturas o uso da maconha, ou de outros alucinógenos como o ayahuasca e até mesmo o epadu (de onde se extrai a cocaína), são usados de forma ritual ou para atenuar efeitos da labuta no meio da floresta.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pegou carona de outros presidentes e disse que a luta contra as drogas é uma guerra perdida. E disse que não declarou isso quando era presidente porque não tinha essa consciência à época e acreditava que a repressão era o melhor caminho. Que raios de sociólogo é esse que não pensa nas questões que são visíveis até para o mais leigo dos cidadãos?

A reboque da maconha, na verdade, vai a cocaína, o crack e mais recentemente o oxi. Sempre defendi que para combater droga, a melhor e mais eficiente arma é o conhecimento. Oxi nada mais é que uma corruptela por ignorância, de dióxido, que é a base da cocaína e do crack. É do dióxido que se extrai o crack e a coca e é isso que o torna mais barato. Ora, se eu sei disso, porque as polícias não sabem? Não vou fazer que nem os grandes meios de comunicação que deram aula para quem nem sabia de como fazer esses derivados.

São drogas que levam a um grau de dependência química de níveis mais elevados que a maconha pelo menos vinte vezes maior, isso nos remete a uma discussão maior ainda: combate à droga é uma questão de saúde pública. Se o Brasil adotar os procedimentos que são usados nos Estados Unidos sobre uso medicinal da maconha, e na Holanda, sobre venda e uso de maconha, bem como distribuição de seringas e demais apetrechos para o uso de drogas injetáveis, poderá dar um avanço muito grande no setor.

Na Holanda, como nos Estados Unidos, os impostos arrecadados são revertidos para programa de recuperação de dependentes químicos. Mas devemos lembrar que o nível de corrupção no país, infelizmente é muito grande e o próprio governo não dá o menor exemplo no uso dos recursos que são destinados à suas devidas rubricas. Basta lembrar o uso dos recursos gerados pela Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF). Isso porque, caso seja regulamentado a produção e comercialização da maconha, defendo que os impostos gerados sejam utilizados in totum para a criação de clínicas para tratamento de dependentes químicos.

Na semana passada, o Rio de Janeiro deu um passo importante no tratamento aos dependentes químicos: com uma canetada decidiu recolher os usuários que ficam nas crackolândias. Só esqueceu de se preparar para isso e, daqui a poucas semanas, já poderá enfrentar um problema sério: onde colocar essas pessoas e quem irá tratá-las, já que mal possui médicos suficientes para atender as emergências? Infelizmente, isso é outro mau hábito dos governantes brasileiros, em qualquer esfera: pensam que com uma canetada resolvem os problemas. Esqueceram que o viciado tem que querer ser ajudado também.

Isso me lembra quando o presidente Collor resolveu abrir as importações e quebrou diversos setores. Helmutt Kohl, premiê alemão, reuniu o setor industrial e perguntou quanto tempo eles precisavam para se preparar para a concorrência: dois anos foi a resposta. No Brasil, poderiam seguir esse exemplo e ir um pouco mais além. Poderiam abrir uma discussão com a sociedade, setores técnicos e, fundamentalmente, realizar pesquisas sobre os efeitos das drogas. Sem dados é impossível fazer diagnóstiscos precisos sobre as melhores formas de combater as drogas mais pesadas ou pelo menos atenuar os seus efeitos sobre a sociedade.

Antes de se pensar em legalizar, liberar, descriminalizar ou regulamentar o uso da maconha, é preciso que haja uma discussão ampla, não aquelas audiências públicas de enganação que são feitas apenas como jogo de cena e de cartas marcadas, mas uma discussão plena ouvindo não apenas quem defende ou que é contra, mas ter base científica, inclusive econômica, do que deve ser feito nesse caso.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Novo Código Florestal é prejuízo e atraso para o Brasil

A aprovação do Novo Código Florestal é um prejuízo e um atraso para o país. Prejuízo porque o assunto merece um ampla discussão por parte da sociedade e tem que ser feita de forma técnica, mexe com o setor mais importante do país, o agrícola. Mais ainda porque a aprovação foi resultado de uma negociação que envolveu a não convocação do ministro Antonio Palocci para prestar esclarecimentos sobre o seu enriquecimento meteórico.


Naturalmente que o episódio deixa às claras uma outra realidade que os veículos de comunicação não mostram, ou apenas mostram quando há um interesse espúrio que não é o de informar. Se fosse investigar todos os parlamentares desse país, não sei quantos escapariam pelo mesmo motivo de rápido enriquecimento. Mas sei que seriam poucos. A nova versão do Código ainda será votada no senado, onde poderá sofrer alterações. Caso isso aconteça, será novamente discutido.


O texto legaliza o uso de algumas APPs já ocupadas com produção agrícola desde que essa antropização tenha ocorrido antes de 22 de julho de 2008, mas para isso acontecer deverão ser por meio de um Programa de Regularização Ambiental (PRA), o poder de estabelecer, após avaliação pelo órgão ambiental estadual, outras atividades agrícolas que não precisem ser removidas das APPs. As hipóteses de uso do solo por atividade de utilidade pública, interesse social ou de baixo impacto serão previstas em lei e, em todos os casos, devem ser observados critérios técnicos de conservação do solo e da água. Mas quem custeará a implantação desses programas? Quais os prazos para que esses programas serem implantados?


Por quê dia 22 julho de 2008? Porque foi o dia em que foi publicado o segundo decreto (6.514/08) que regulamentou as infrações contra o meio ambiente com base na Lei 9.605/98.


Proprietários rurais que tiverem multas, mas que decidirem regularizar seu imóvel recuperando as APPs e a Reserva Legal terão a multa suspensa, ao contrário do que foi amplamente divulgado pela imprensa de que haveria anistia desmatadores. Para fazer juz a essa suspensão, deverá procurar o Órgão Ambiental e aderir ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), a ser instituído pela União e pelos estados. Os interessados terão um ano para aderir, mas esse prazo só começará a contar a partir da criação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), o que deverá ocorrer em até 90 dias da publicação da futura lei. Todos os imóveis rurais deverão se cadastrar. Uma coisa depende da outra e pode ser que, mesmo sendo criado o cadastro, ainda haverá muito tempo para ser efetivado.



Para os pequenos proprietários e os agricultores familiares, o Poder Público deverá criar um programa de apoio financeiro destinado a promover a manutenção e a recomposição de APP e de reserva legal. O apoio poderá ser, inclusive, por meio de pagamento por serviços ambientais. Só esquecem que a maioria desses agricultores o fato de eles já estarem inadimplentes em função de dívidas causadas por desgraças naturais como enchente ou estiagem. Não vão retirar os pequenos agricultores do círculo vicioso de não poder plantar por não ter recursos para pagar suas dívidas.

A grande questão é que baseando tudo no PRA as alterações não tem data definida para serem implantadas. Além disso, para fazer a regularização fundiária e também proteger as APPs, será preciso recursos para fazer a indenização e não ficou definido como serão feitas as indenizações ou a realocação das populações tradicionais que habitam as áreas de preservação ou reservas legais.

Por exemplo, se o proprietário do imóvel optar por recompor a vegetação no próprio imóvel, isso poderá ocorrer em até 20 anos segundo critérios do órgão ambiental. O replantio poderá ser feito com espécies nativas e exóticas, em sistema agroflorestal. Sendo que as exóticas não poderão ocupar mais de 50% do total da área a recuperar e a reserva poderá ser explorada economicamente por meio de plano de manejo.

O proprietário poderá também permitir a regeneração natural da vegetação dentro do imóvel ou compensar a área a recompor doando outra área ao Poder Público que esteja localizada em unidade de conservação de domínio público pendente de regularização fundiária. Admite-se ainda contribuição para fundo público, respeitados os critérios do regulamento, e a compra de Cota de Reserva Ambiental (CRA). As áreas que forem usadas para compensar a reserva devem ter extensão igual ao trecho compensado e estarem localizadas no mesmo bioma da reserva, ainda que em outro estado



Ora, em casos de terras griladas, em que os 'proprietários' desmatam uma área de reserva em condições de plantio e doam uma que não tem condição de ser usada. O novo Código foi feito dentro de uma idealidade, não de uma realidade. O deputado Aldo Rebelo esteve em Manaus e em Cruzeiro do Sul participando de audiências públicas. Isso não lhe dá sequer uma mínima idéia do que é o Amazonas em termos de agricultura, escoamento da produção e áreas indígenas.


Aliás, isso é uma outra questão: em Manaus pessoas que se dizem indígenas estão invadindo áreas de preservação. Mas isso é tema para um próximo post.







segunda-feira, 23 de maio de 2011

É essa a nossa paga presidente Dilma?

Há pouco mais de dois meses ouvi a presidente Dilma Hussein, ops, Roussef anunciar que prorrogaria os incentivos fiscais por mais 50 anos. Imaginei de imediato o fim do tema não ser colocado no discursos dos candidatos a deputados federais que se acotovelam em dizer que lutará em defesa da Zona Franca. mas depois pensei: esses mesmos candidatos irão dizer: foi por minha intervenção que a presidente Dilma prorrogou por mais 50 anos a ZFM.

Também lembro que nas eleições do ano passado o Amazonas deu mais de 80% dos votos para a então candidata a presidente Dilma, fato repetido apenas nas eleições do ex-presidente Lula, que honrou os compromissos de liberar mais recursos para investimentos em infra-estrutura como para o programa Luz para Todos. E este tipo de investimento, em um estado com dimensões continentais, é de fundamental importância.


A edição da Medida Provisória 534 que incluiu os tablets na chamada "Lei do Bem", primeiro passo para a produção dos equipamentos no Brasil. A MP altera o artigo 28 da lei número 11.196/2005 e serão beneficiados dispositivos "que tenham uma unidade central de processamento com entrada e saída de dados por meio de uma tela sensível ao toque de área superior a 140 centímetros quadrados".


E como a bancada de burrinhos de presépio que o Amazonas tem tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado, não houve sequer um mínimo de resistência para esse medida fosse tomada. Dos oito deputados, apenas Pauderney Avelino (DEM) demonstrou uma reação e os demais foram pegos de calças curtas. Todos habituados a baixar a cabeça para tudo que o Palácio do Planalto. No senado, pior ainda. Os três arremedos de senadores não fazem nada a não ser defender os seus próprios interesses. Basta ler os seus pronunciamentos.


Para quem dá mais de 80% de votos, desconfio que o tratamento deveria ser outro. Mas independente dessa votação, deveria ser levado em consideração que o Amazonas, a exemplo de outros estados da região Norte como Roraima, Amapá e Acre, precisam de mais investimentos em função do isolamento geográfico. Mais que isso, deveria dar sustentabilidade ao modelo Zona Franca enquanto esses estados buscam desenvolver seus potenciais econômicos..


Não se sabe ainda o impacto dessa medida provisória sobre a ZFM, mas pode ser o início de uma série de outras medidas mais danosas. Como bem o disse Pauderney, "essa MP é nada mais, nada menos, que um estelionato eleitoral". É essa a nossa paga presidente Dilma?



sexta-feira, 20 de maio de 2011

Fogueira das vaidades não resolve nada!

O que poderia ter sido um bom resultado a ser anunciado, acabou se transformando em um episódio que poucos saberão e jamais será publicado pelos meios de comunicação de Manaus. Há uma fogueira das vaidades ardendo fortemente  na Secretaria de Segurança Pública do Amazonas.

O secretário Zulmar Pimentel chamou a atenção do delegado geral Mário César Nunes que o deixou de fora da Operação Aliança, que prendeu 31 pessoas envolvidas em tráfico internacional de drogas. A operação foi considerada um sucesso e deve se desenvolver em outras ações futuramente. Claro que há cadeia de comando e aparentemente ela foi quebrada. Mas devemos ter em mente uma uma coisa: não importa quem tenha idealizado e executado a operação, mas sim que foi feita e obteve êxito.

Segurança pública sempre foi o calcanhar de Aquiles nos últimos 30 anos e não será resolvido de uma hora para outra. Exige investimento pesado em equipamentos, treinamento de pessoal e, sobretudo, em inteligência. A pressão da população é imensa já que não são raras as notícias de vários tipos de crimes sendo cometidos em todos os níveis sociais. Seja na periferia ou nos condomínios de luxo.

Mas certamente não será no calor da fogueira das vaidades que irão ser resolvidos os problemas de segurança, muito ao contrário. Somente se agravará.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Poder público no Amazonas inexiste!

Foi estupefato que li a manchete e a reportagem do jornal A Crítica: Comunitários erguem posto e entregam à Polícia Militar, na Zona Norte percebi de imediato o quanto estamos abandonados pelo poder público no Amazonas. Vejo sempre a propaganda oficial mostrando um estado, uma cidade e um país que não condiz com a realidade que bate à minha vista diariamente. E que deve ser a mesma, com uma ou outra pequena diferença.

Que o interior está abandonado, com poucas e honrosas exceções, eu nem discuto porque não raro recebo notícias de como a situação por lá está e a definição é simples: caótica. Dizer que o posto entregue servirá de base para o programa Ronda dos Bairros mostra uma outra face que o governador Omar Aziz esconde: se o programa não previa a construção de bases, então é sinal de que foi mal planejado e, por conseguinte, será mal executado pois já mostra falhas.

E é triste ver que essa situação não é de hoje. Nos anos 80 em muitos bairros haviam os Postos de Policiamento Ostensivos (PPO), comumente chamados de PM Box, e muitos deles eram construídos pelos moradores e, em muitos casos, também forneciam alimentação aos policiais. Nietzsche chama isso de eterno retorno. Estamos dando uma volta aos velhos tempos em um caleidoscópio em preto e branco.

Eu sei que o estado com o orçamento completamente comprometido recebido de Eduardo Braga por Omar Aziz deve lhe tirar o sono e eu recomendo o seguinte: transparência Omar. Não perca a grande oportunidade que o povo do Amazonas está lhe dando. Esclareça a situação em que as finanças do Amazonas está e que pouca coisa será feita.

A ponte sobre o rio Negro tornou-se emblemática. Ontem anunciaram que será preciso mais R$ 14 milhões para a iluminação e isso certamente atrasará ainda mais a entrega da obra. Os custos foram quase triplicados em relação ao orçamento inicial, já considerados um dos mais altos do mundo. Lembre que com este custo poderiam ser feitas duas pontes duas vezes maiores lá na China.

E se você pensa que eu torço para que o Omar Aziz faça um mau governo, você está completamente enganado. isso seria uma tremenda de uma estupidez, burrice mesmo. As eleições acabaram e Omar governa para o Amazonas, não apenas para quem votou nele. Ele que tenha isso claro em sua mente. E, se tiver maturidade política, poderá tirar grandes lições das críticas que recebe e receberá.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

2014, o número mágico da falácia no Brasil!

Esse texto foi escrito originalmente no dia 18 de maio de 2010, já com uma previsão do que aconteceria. A realidade é do Amazonas, mas é apenas um reflexo do que acontece nas cidades que serão sede da Copa 2014 e ao Regime Diferenciado (RD) se estenderá para os jogos olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro. Apenas para a Copa, serão mais de R$ 30 milhões, isso sem contar com os termos aditivos de contrato que, legalmente, pode chegar a 25% do valor inicial. Serão mais R$ 7,5 bilhões a mais que vão não para as obras, mas sabemos para quem!.

Não esqueçam que ano que vem tem eleição e é ano que todos precisarão fazer caixa para a campanha eleitoral. Mas os recursos para tanto são feitos desde já. Pensem nisso, prestem atenção no que está acontecendo em relação à copa. Futebol é paixão, mas nem por isso devemos fechar os olhos para as falcatruas que farão em nome disso!


Enquanto não temos um transporte decente e segurança pior ainda, vive-se a panacéia de que a Copa de 2014 irá salvar a lavoura do Amazonas, como se esse ano fosse um divisor de águas e nada mais importasse até que chegue esse ano.É preciso que se faça longas reflexões sobre o real significado da realização da competição mais importante do futebol mundial.

Já escrevi antes sobre como Manaus foi escolhida antecipadamente para ser sede e de como isso rendeu uma fortuna para fazer uma campanha para vencer uma disputa que já estava definida! Quer dizer, é um jogo de cartas marcadas. A Fifa também tem seus interesses. Mas ficou por aí. Tanto que no anúncio das sedes da Copa das Confederações Manaus ficou fora. E, mais ainda pode ser dito, caso alguma cidade seja cortada por não cumprimento de prazo para 2013, será simplesmente cortada. Não será substituída. A senha está dada!

Ah sim, os defensores de que Manaus pode ser sede da Copa das Confederações já disseram que isso ainda pode acontecer. Sinceramente não sei como. Mas isso é explicação que eles têm que dar, não eu!

Mas ao invés de pensarem em 2014, os governantes pensam apenas na próxima eleição. As propostas para resolver a questão da mobilidade urbana, monotrilho do estado e BRT da prefeitura, deu uma mostra de que o ego inflado e a megalomania de Eduardo Braga e Amazonino Mendes não deixaria as coisas fluirem como seria necessário. A propalada Ação Conjunta ficou apenas no discurso, como quase tudo por essas plagas.

A Arena da Amazônia, inicialmente orçada em R$ 499,5 milhões, deve seguir o mesmo caminho da ponte sobre o rio Negro e chegar a R$ 1 bilhão. Ou mais. Isso porque o projeto inicial foi recusado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sob suspeitas de superfaturamento e também falhas no projeto. Mas não é isso que deve elevar os custos dessa e das várias obras previstas para a Copa de 2014 e as Olimpíadas 2016. Há uma proposta do governo federal para a criação do Regime Diferenciado de Contratações, conforme revelou a jornalista Mary Zaidan.

Vai aqui um trecho:
O RDC, embutido na Medida Provisória 521 - um engana-trouxa de 53 artigos, dois sobre atividades de médicos residentes e outro sobre gratificações temporárias, apelidada, com precisão, de barriga de aluguel pela jornalista Dora Kramer – é uma autorização expressa para burlar a lei. Confere poderes que seriam públicos às empreiteiras vencedoras de licitações feitas a toque de caixa, que dispensam até mesmo projeto básico. Inventa facilidades para aditar contratos e regalias para atender às necessidades da Fifa.

É um caso raro em que se cria uma lei para infringir a lei.
Como não especifica quais são as obras, o vale tudo não é figura de linguagem. Do treinamento de pessoal ao trem-bala, da reforma ou construção de um novo estádio à compra de computadores para equipar futuras salas de imprensa, e o que mais se quiser. Um saco sem fundo, sem controle. Tudo com licitação frouxa.
Mas o que eu quero saber mesmo é se as heranças que serão deixadas valerão a pena. O governador Omar Aziz disse que não seria preciso resolver a questão da mobilidade urbana para 2014. Claro, tem que resolver para ontem. No quesito segurança os números da violência e criminalidade assustam qualquer um, como se não bastasse a participação de policiais em diversos crimes que vai de extorsão a homicídios passando por tráfico de drogas.
Em várias competições que vejo pelo mundo inteiro, sempre anunciam  o quanto será arrecadado. A Fifa já anunciou que deve bater o recorde e arrecadar US$ 600 milhões, aproximadamente R$ 1 bilhão, maior que o da África do Sul. Os governos (federal, estadual e municipal) dizem por aqui que o maior legado será as obras de infra-estrutura para a população. É pouco, não?
 

terça-feira, 17 de maio de 2011

A que ponto nós chegamos!

Quando um vereador da base aliada diz que é preciso que o trânsito em Manaus tem que ficar caótico para ele apresentar a solução 'revolucionária' do rodízio de carros, é sinal de que precisamos urgentemente nos manifestarmos de forma mais incisiva.

Não basta mais apenas ficar do seu computador apontando soluções, até porque a mentalidade provinciana  tacanha de nossos governantes não lhes permite entender que o nosso (nós que fazemos crítica) objetivo é trazer melhorias para nossa cidade, estado, país, enfim, sociedade. Temos que tomar atitudes concretas, nos manifestar de forma mais prática. Realizar fóruns e seminários é uma alternativa. Se o poder público não quiser participar, dá mostras cabais de que realmente não se importa com os problemas que, literalmente, nos atropela.

Há alguns meses, em discussão no tuíter com algumas pessoas, aventamos a possibilidade de que os poderes constituídos estavam realmente esperando que as coisas chegassem a níveis insuportáveis para que fosse declarado estado de calamidade ou de emergência para que começassem a tomar as devidas medidas sem que fosse preciso fazer licitações. Não preciso dizer que logo apareceram os bajuladores para dizer que isso não passa de teoria da conspiração. Ok,. mas e quando o vereador Roberto Sabino (PTB) diz, o que é então?

Enquanto os governantes pensarem apenas na próxima eleição, sempre estaremos correndo atrás de soluções para eventos importantes como a Copa do Mundo ou Jogos Olímpicos. Sabia-se que Manaus seria sede e, com as olimpíadas, pode ser local de preparação de vária seleções, mas nada foi feito da forma correta, com discussão das problemáticas de forma técnica, e não megalomaníaca. Iremos pagar caro por isso da mesma forma que iremos pagar caro pela aprovação do novo Código Florestal.

Pense a respeito. Reflita sobre os problemas que enfrentamos diariamente e o que o poder público vem fazendo. Pondere sobre o que você quer deixar para os seus filhos e netos. Aliás, imagine em que cidade você viverá daqui há alguns anos e tome uma atitude!


sexta-feira, 13 de maio de 2011

Não é com oba-oba que se combate pedofilia e prostituição infantil!

Um tema que virou tabu nas últimas eleições, a pedofilia, e não menos importante de se combater,, a prostituição infantil me parece que virou um assunto corriqueiro e banal, como se fosse um assunto a ser tratado como tudo o mais no Brasil: dá-se uma canetada e faz-se uma passeata e está resolvido.

Não é assim e não deve ser algo que se faça apenas punindo aquele que é preso quando é pego abusando da filha, sobrinha ou vizinha! Para este também, mas penso que sobretudo e mais importante é combater os caos em que pessoas públicas cometem. É de cima que há de ser dado o exemplo. Se houver punição para os políticos, togados, figuras públicas das diversas esferas do poder, inibi-se este crime hediondo por um simples motivo: ataca-se a impunidade.

Tenta-se reverter uma ação que deve ser feita pela polícia e pelos poderes constituídos por caminhadas que servem apenas de engodo e de motivo apenas para aparecer na mídia. Busca-se jogar uma cortina de fumaça  sobre o real problema e parecer que realmente está sendo feito alguma coisa!

Decididamente querem transformar o Amazonas no país das maravilhas.

Não primeira-dama, não vivemos no país das maravilhas! Os índices de criminalidade na capital são alarmantes e no interior são igualmente. As ruas estão esburacadas, o serviço de transporte coletivo é sofrível, a qualidade de vida não é das melhores, as escolas têm problemas sérios e não há política pública para uma série de serviços básicos.

Não é pensando na próxima eleição que se governa. Não é pensando no "grupo político" do qual se faz parte que se faz uma boa gestão. As eleições acabaram. Há de se governar para o Amazonas e não para a mídia. A propaganda oficial não coloca pão na mesa de ninguém a não ser na dos donos das agências de publicidade.

Para resolver a questão não apenas da pedofilia e da prostituição infantil, basta combater a impunidade e a corrupção! Quem discorda disso?



segunda-feira, 9 de maio de 2011

Que patuscada esse concurso da ManausTrans!

Era para ser um dia das mães como outro qualquer, cheio de homenagens àquela que nos carregou no ventre. Nem me lembrava de que iria ter o concurso público para 500 agentes de trânsito da ManausTrans até ver os tuites que começaram a pipocar na minha timeline às 8h30 da manhã deste domingo. Confusão inicialmente de mobilidade, porque as pessoas estavam reclamando de engarrafamento em ias que normalmente em um domingo fluem tranquilamente. Pelo menos 12 mil pessoas estavam realizando a prova.

Bem, isso por si só já levantaria uns questionamentos sobre a velha questão de mobilidade urbana que me parece ser um tema que os governantes não estão muito interessados em resolver a não ser com soluções mirabolantes e de orçamentos gigantescos.

Mas voltando ao concurso, o próprio Secretário Municipal de Administração (Semad), José Antonio de Assunção, disse que a falta de experiência da instituição que realizou o concurso, o Centro de Estudos Avançados e Treinamento/Concursos (CEAT), não tem relação com o vazamento da provas e o tumulto ocorrido no domingo, na Faculdade Nilton Lins. Ele tem razão! Já vimos outras instituições mais experientes e renomadas passando batido em outros concursos.

No entanto, não há justificativa para o secretário dizer que alguns candidatos investiram R$ 65,00 apenas para fazer confusão e perturbar o andamento do concurso, como ele falou para os meios de comunicação. “Aquelas pessoas que promoveram a baderna foram ao local para causar confusão e não tem nada a ver com problemas que possam ter havido na organização”, afirmou Assunção.

A justificativa foi o vazamento de cadernos de provas antes do início do exame quando, na verdade, foi resultado de mau planejamento. Senão, como explicar que, na mesma unidade onde estava sendo realizado o concurso, apenas algumas salas houvessem a prova e no restante não tivesse. “Ainda vamos conversar com a prefeitura para descobrir a melhor maneira de contornar o problema. O que sabemos é que as provas foram roubadas e isso será investigado”, disse Élson Borges, coordenador do CEAT.

Mas o próprio Borges não soube explicar como poderia ter ocorrido o roubo, já que as provas estavam sob vigilância em uma sala-cofre, onde estavam guardadas por Policias Militares. Na ânsia de arrumar uma desculpa, acabou arrumando um problema maior, pois terá que embasar sua acusação. “Não sabemos como conseguiram pegar esses cadernos. De lá (na sala onde as provas estavam guardadas) até aqui (Nilton Lins) não teria como haver o roubo”.

Dizer que não há justificativa para a depredação que houve depois que ocorreu o atraso na distribuição das provas isso é certo. Mas também não há justificativa para as desculpas esfarrapadas que foram sendo dadas a cada instante que aparecia uma nova denúncia. Atrasou a chegada da prova na Nilton Lins do Parque das Laranjeiras. Ah, é que foram roubadas algumas provas. Apareceram envelopes sem lacre. Ah, é porque em algumas salas não estavam funcionando o ar-condicionado. E foram apenas algumas.

E o pior não foi isso. No perfil oficial da prefeitura no tuíter, o @Cidade_Manaus, duas pérolas: a primeira dizendo que alguns exaltados estavam embriagados e agrediram fiscais e, no outro, de que mototaxistas foram os responsáveis pela ‘baderna’. Ora, mais uma vez a ânsia por arrumar uma justificativa, acabam envolvendo pessoas e, nesse caso uma categoria que nada tem a ver com o ocorrido.










A verdade é que os fatos devem ser apurados e as medidas cabíveis tomadas. Quem se inscreveu para fazer o concurso está buscando fugir do desemprego e buscar a estabilidade do serviço público e isso, acima de tudo, deve ser respeitado e levado em consideração, coisa que não está sendo feito.


quinta-feira, 5 de maio de 2011

Os incomodados que se mudem!


Desde meados de 2009, quando ingressei de vez em redes sociais, percebi um espaço e pessoas que gostam de discutir os mais variados temas, como educação, saúde, segurança, cultura, administração pública, bem como amenidades, música, eventos e tudo o mais que faz parte de nosso cotidiano.


Naturalmente que isso acaba incomodando muita gente, sobretudo os que se acham donos da verdade e que podem fazer tudo sem sequer receber um questionamento. Pior ainda não são esses! Pior são os asseclas, sicários, asseclas mesmo, que querem ser mais reais que a realeza e sempre estão dispostos a fazer o serviço sujo pelos poderosos do momento.
São as mesmas pessoas que fazem campanha insidiosas contra pessoas que sempre discutiram os temas e fizeram críticas ás ações do governo e prefeitura por um único motivo: querem uma cidade, um estado, um país, enfim, um mundo melhor para si e para seus filhos e netos. Que mal há nisso?

Nos últimos meses vem se falando muito sobre a presença de fakes na timeline baré. Mas fakes que atacam e agridem as pessoas que são mais críticas em relação, sobretudo a ações do governo do estado. Ora, se somos cidadãos cônscios de nossas obrigações é nosso dever de fato fazer essas críticas. Até porque o livre pensar e o livre manifestar-se nos é garantido pela Constituição.

Durante os anos de chumbo, quando se incentivava a bajulação, o puxa-saquismo, e reprimia-se toda e qualquer manifestação que destoasse da idéia que tentava se impor através das armas, essas idéias eram chamadas de subversão. Esses tempos voltaram. Hoje tenta-se impor de novo uma idéia: de que no Amazonas tudo está às mil maravilhas, que não há problemas na saúde, educação, que não há corrupção, que não há licitação viciada, enfim, que não há motivos para se fazer nenhuma crítica!

Essas mesmas pessoas são aquelas que dizem aos quatros cantos dessa província que respeitam os princípios democráticos, mas no fundo querem mesmo é saber de impor suas “verdades”. Já faz tempo que os ignoro e vejo o quanto pessoas queridas são difamadas e possuem apenas a internet como meio para mostrar o quanto estão sendo injustiçadas. Mantenho minha posição não apenas de solidariedade, mas de divulgar isso a quantas mais pessoas puder e combater esse novo modo de censura. Não podemos deixar isso acontecer novamente. Não em um mundo em que as formas de se comunicar não permitem.

E me irrita quando vejo o silêncio das outras pessoas.

Isso porque se voltarmos a fazer o que fazíamos antes, discutindo os temas, fazendo as críticas, mantendo nossas opiniões, o que eles podem fazer? Ameaçar a todos? Ora, façamos o que sempre fizemos: cria uma tag e coloca no TTBr e no TTMundo. Tenho certeza plena e absoluta que essa situação não é exclusiva nossa e receberemos apoio de outros estados. Usemos a nossa maior força que sempre foi a união.

Devemos combater essas pessoas covardes que se escondem atrás de perfis fakes, de ações nos bastidores do poder, como vem fazendo Ronaldo Tiradentes para difamar a médica Bianca Abinader, da nossa forma: sendo nós mesmos. E como diz o ditado: os incomodados que se mudem!