Assistindo esses jogos olímpicos, vendo as queixas que muitas pessoas
fazem das performances dos atletas brasileiros, deve-se lembrar de
algumas coisas. Olimpíadas deriva de Olimpus, a morada dos deuses
gregos, lugar muito especial e que poucos teriam acesso, sendo reservado
aos deuses e aos heróis.
Quando fora criado os jogos olímpicos, lá na
antiguidade pelos gregos, era um acontecimento tão importante que
guerras eram interrompidas e, muitas vezes, ao invés de uma matança
entre dois povos, apenas dois homens lutavam entre si e definia-se uma
guerra.
Hoje não se interrompem mais guerras, mas ainda surgem heróis a
cada edição dos jogos olímpicos da era moderna. Dois momentos olímpicos
me vem a cabeça sempre que lembro ou chega a disputa olímpica; O
primeiro é a do nadador da Guiné equatorial Eric Moussambani, que disputou a prova dos 100 metros na natação nos jogos de Sidney em 2000. Sem
nunca sequer ter treinado em uma piscina olímpica, disputou sozinho e
foi considerado o nadador mais lento de todos os tempos. Para nós pode
parecer pouco, mas para um país sem tradição olímpica nenhuma
Moussambani é um herói.
O outro momento é o da chegada da Maratona da
suiça Gabriele Andersen nas olimpíadas de Los Angeles em 1984.
Extenuada, Gabriele recusou ajuda e mostrou e honrou o ideal olímpico
que, ao contrário do que muitos pensam, não é: o importante é competir, mas
sim: mais alto, mais rápido, mais forte!
Gabriele foi sim mais forte
que o seu limite! Foi mais alto que o sonho de muitos e foi mais rápido
que até mesmo a vencedora daquela maratona que, por incrível que
pareça, poucos lembram! Eu não lembro, por exemplo.
Portanto, antes
de criticar um atleta que foi representar um país no maior evento
esportivo do mundo, pense que certamente aquele é um momento mágico,
onde o atleta talvez suba ou não no lugar mais alto do pódio, mas
certamente ele levará consigo o trabalho de dezenas de pessoas feito
durante anos e, amis que isso, carrega nos ombros não apenas a
esperança, mas a torcida de milhões de compatriotas!
Mas nós,
brasileiros, não sabemos cobrar do poder público o espaço que nos cabe
no Olimpo. Com uma população de 190 milhões de habitantes, temos
recursos humanos de sobra para levar bem mais 258 atletas para Londres,
19 a menos que em Pequim 2008. E, se quiser fazer bonito em casa, em
2016, terá que correr muito não apenas com as obras, melhoria de
infra-estutura, mas sopbretudo iniciar uma política de fortalecimento do
esporte. Sabe-se que desde quando o presidente Fernando Collor
retirou da grade curricular a prática desportiva da Educação Física, a
revelação de novos talentos caiu vertiginosamente e foram raros os
talentos que surgiram. Mais por esforço próprio do que por um programa
esportivo decente, visando todas as modalidades olímpicas. Deve-se
seguir o exemplo da China, que começou a desenvolver um programa
esportivo, aliado à sua já famosa disciplina oriental e hoje é uma
potência olímpica, tendo superado inclusive os Estados Unidos. Em 200,
em Sidney, ficou em 3º lugar, em 2004, em Sidney, passou para o segundo
lugar e em 2008, em casa, liderou o quadro de medalhas.
Só que para
seguir exte exemplo, devemos nos lembrar que já começamos com um atraso
de pelo menos oito anos. Temos muito a crescer e chegar no Olimpo, no
entanto, o Brasil ainda está longe, muito longe!
Minha opinião: as condições oferecidas aos atletas brasileiros são para competições são desproporcionais à forma como são cobrados.
ResponderExcluirExatamente Carlos, espera-se muito de uma pessoa que por vezes não tem a preparação adequada. São seres humanos privilegiados pela natureza, mas são humanos!
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