Quando se faz uma reforma imagina-se que não vá gastar mais do que
foi a obra para a construção. Mas no Amazonas as coisas são diferentes.
A atual gestão está apostando todas as suas fichas no programa Ronda no
Bairro, onde já foram investidos mais de R$ 500 milhões na compra de
viaturas (estas através da Delta, sim, aquela que está envolvida no
escândalo do bicheiro Carlinhos Cachoeira) e equipamentos.
Este ano foram feitos mais investimentos e estão sendo previstos o
aumento de 17 para 30 delegacias em Manaus. Até aí tudo bem e atitude
ouvável, tendo em vista que os índices de criminalidade na cidade são
alarmantes. Mas são alarmantes porque é o que se vê nas manchetes dos jornais e não porque a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas divulga. A Lei da Transparência por aqui não é respeitada.
Há um mês solicitei para a assessoria de segurança da SSP os dados de
quanto custarão a reformas das 14 delegacias de Manaus e mais o aluguel
de 89 contêineres que deverão abrigar 15 delegacias por um período de
90 dias, alem dos equipamentos e mobiliários que será colocadas nas
delegacias. Nada de resposta até hoje.
Pois bem! peguei o valor da reforma de três delegacias. Uma de R$
1,75 milhões, outra de R$ 1,65 milhões e uma de R$ 1,55 milhões. Em uma
média simples teremos o valor médio de R$ 1,65 milhões vezes as 14
delegacias que estão em reforma. Ao todo são R$ 23,1 milhões gastos em
uma reforma que, na pior das hipóteses não valeriam um terço deste
valor. Troca de telhas, pintura e uma ampliação nos anexos das
delegacias é tudo o qu se vê. Quanto a equipamentos, a não seja que seja
da Nasa e os móveis da Raiuga (uma loja bem cara aqui em Manaus), ainda
asim não justificaria este valor exorbitante.
Para se ter uma ideia, também estão reformando delegacias no interior do Amazonas e adivinhem? O Tribunal de Contas do Estado (TCE) acatou denúncia na contratação,
sem licitação, da BRW empreendiments Ltda, a mesma que está fazendo as
reformas em Manaus, e decidiram pela aplicação de multa de R$ 32.267, 08
a secretária da Seinf, Waldívia Alencar, por ato praticado com grave
infração à norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira e
operacional.
E porque não se faz o mesmo nas reformas das delegacias em Manaus? Com a palavra o TCE!
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