Foi com grande estardalhaço que a prefeitura de Manaus anunciou, esta semana, as obras na avenida Djalma Batista, um dos principais corredores de acesso dos bairros da Zona Norte e Centro-Oeste ao centro da cidade. Até aí, tudo bem, não fosse alguns pequenos detalhes que não podem deixar de ser reparados. A obra custará R$ 15 milhões de reais e poderá sofrer alterações conforme forem sendo feitas as indenizações aos proprietários de terrenos da área.
Ora, a região da Djalma Batista comporta um importante centro comercial, como ressalta a prefeitura, e tem um dos espaços mais valorizados da cidade. Certamente a desapropriação de terrenos para dar espaço a calçadas com três metros de largura deverá elevar o custo da obra a níveis que talvez nem mesmo a prefeitura possa mensurar, dobrar ou até mesmo triplicar.
Um outro ponto remete ao estabelecimento de prioridades que Manaus exige. A questão do trânsito em Manaus é urgente e envolve muitos fatores como asfaltamento, sinalização, acessibilidade universal (isso inclui ciclovias, atendimento a portadores de necessidades especiais, calçadas) reorganização do tráfego no centro da cidade e melhorias das vias de escoamento do fluxo de veículos.
A própria Djalma Batista é um gargalo em vários pontos, mas o fundamental não é exatamente no trecho em que será feita a obra e sim não menos que 500 metros depois, na área da Unip até o Carrefour de Flores. Ali sim recebe um fluxo de veículos que vem de outra importante avenida, a Paraíba e de onde também chega outros veículos de quem tenta atalhar pelo bairro do Parque Dez através do bairro da União.
Isso sem contar o próprio centro da cidade que, já saturado e com poucas possibilidades de melhorias em suas vias, precisa de outras soluções mais urgentes e que toca em uma promessa de campanha: a retirada dos camelôs da região da praça da Matriz. O prefeito Arthur Neto, ainda em campanha, fez um mea culpa sobre o que ocorreu em seu primeiro mandato, iniciado em 1989, quando para retirar os camelôs do centro, o fez sob forte repressão policial, sendo que não atingiu seu intento e ainda teve a imagem política atrelada a este episódio.
Lembro também que, ano passado, durante a campanha eleitoral, o então candidato a prefeito e hoje secretário de educação, Pauderney Avelino, reuniu uma equipe de engenheiros e arquitetos da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), entre eles o hoje secretário do Implurb, Roberto Moita, sob a batuta do ex-prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi, para elaborar um plano de intervenções urbanas em Manaus que melhorariam a infra-estrutura de trânsito. O nome do projeto é bem apropriado: Manaus do Amanhã e a ideia era tornar Manaus uma nova Curitiba.
Entre outras coisas, o projeto previa a revitalização da área da Manaus Moderna (conforme foto acima) com a construção de um porto de cargas e fluvial que atenderia barcos de turismo e transporte de passageiros, a retirada dos camelôs da praça da Matriz sendo alocados em uma área ao lado da feira da Manaus Moderna, onde também está previsto para ser o terminal do BRT vindo da zona Leste de Manaus. O BRT foi adiado para depois da Copa de 2014, já que teve seu orçamento atrelado ao do monotrilho, que está embargado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por problemas no projeto executivo, indícios de sobrefaturamento e outros vícios de licitação.
O Centro de Manaus, todos que moram aqui sabem, é o grande gargalo do trânsito em muitos aspectos: pelo menos 90 dos ônibus que circulam na cidade passam por lá. As vias de acesso (avenida Constantino Nery, Djalma Batista, Leonardo Malcher, Ramos Ferreira, Alexandre Amorim e Lourença da Silva Braga) ficam simplesmente intransitáveis nos horários de pico, congestionando outras vias em diversos pontos. As soluções? Estavam previstas neste projeto Manaus do Amanhã. Roberto Moita conhece bem, sabe o que tem que ter feito.
Cabe ao prefeito Arthur Neto determinar o que de fato é prioridade para resolver este problema do trânsito. Se fazer intervenções na área central e na confluência das avenidas Recife e Paraíba, ou fazer uma obra que já está sendo chamada de "obra de cartão postal", em uma clara referência à Ponte do Bilhão, ops, Ponte Rio Negro, por muitos cidadãos que aguardavam algo mais de quem tão bem representava o Amazonas no senado.
Ontem,, em discussões sobre o assunto nas redes sociais, Facebook sobretudo, vários questionamentos foram feitos e uma das respostas dadas por assessores da prefeitura era: vamos aguardar. Ora, Manaus já não tem mais tempo parar aguardar e tampouco seus habitantes. E, sim, o momento é este de fazer os questionamentos, antes que as obras sejam inciados, recursos que a cidade não dispõe para medidas que não são tão prioritárias assim sejam tomadas.
Estabelecer prioridades, caro prefeito é, antes de mais nada, ouvir e atender os clamores do povo. Pelo bem da cidade que governas.
Ontem,, em discussões sobre o assunto nas redes sociais, Facebook sobretudo, vários questionamentos foram feitos e uma das respostas dadas por assessores da prefeitura era: vamos aguardar. Ora, Manaus já não tem mais tempo parar aguardar e tampouco seus habitantes. E, sim, o momento é este de fazer os questionamentos, antes que as obras sejam inciados, recursos que a cidade não dispõe para medidas que não são tão prioritárias assim sejam tomadas.
Estabelecer prioridades, caro prefeito é, antes de mais nada, ouvir e atender os clamores do povo. Pelo bem da cidade que governas.