O maniqueísmo sempre foi a forma mais estúpida de separar as pessoas. Trata-se de dizer que quem não estiver a meu favor está, esteve ou estará contra. Isso permeia a humanidade desde que se estabeleceu relação de poder, sem discutir o que é melhor para o conjunto, mas sim o que for melhor para quem estiver no comando, poder. Não vou usar o termo liderança pois este é superior a governante.
Sou usuário das redes sociais não apenas pela febre que ela se tornou, mas sobretudo pelo que podemos manifestar nela, sem a preocupação se ela vai ser publicada ou não por esse ou aquele veículo de comunicação. Aliás, muitos veículos de comunicação tem se pautado por elas.
Mas desde o final de 2009, quando o twitter passou a substituir o Orkut e passou a ser uma forma mais eficiente de divulgar os blogs já existentes, lugar onde as idéias podem ser esmiuçadas bem melhor que nos 140 caracteres do microblog, as ameaças e agressões a tuiteiros passaram a ser freqüentes e de forma mais venal. Passaram da acusação de penas de aluguel a ameaças e dando o endereço dos blogueiros nos sites dos puxa-sacos de plantão.
Mais que isso: passaram a atacar a integridade moral das pessoas e, sem o menor pudor, passar no loca de trabalho e pedir aos empregadores que demitissem os “subversivos”, pura e simplesmente porque estavam emitindo suas opiniões e apontando soluções, questionando ações governamentais, enfim, exercendo cidadania.
Nas eleições do ano passado as coisas pioraram, com o monitoramento das redes sociais mais forte e passando também para monitorar os tuiteiros. Não se podia falar nada do candidato governista ou de algo relacionado a ele, que choviam agressões, no típico ato desesperado de desqualificar a quem faz o questionamento, desviando o foco da questão discutida.
As eleições passaram e a prática continuou. A fábrica de fakes que surgiu na campanha seguiu funcionando e sempre se manifesta quando você está tratando de um assunto ou fala algo de determinadas @s. Surgem logo na sua timeline as defesas mais estapafúrdias possíveis. Isso demonstra o monitoramento virtual. Mas para provar que do virtual passou para o real, vou relatar um fato.
Marcamos um almoço entre várias @s incluindo um prefeito do interior. Como o almoço foi marcado pelo twitter e uma das @s havia falado algo sobre aquela @ que não pode ter seu nome citado (isso é muito Harry Potter, né Lord Valdmort?), estava sob fogo cerrado na timeline. Ao chegar no restaurante foi notada a presença de um policial da Segunda Sessão da Polícia Militar, responsável pela inteligência da PM. Foi um aviso, naturalmente.
Nos últimos dias várias pessoas voltaram a ser ameaçados, alguns de forma velada, ouros de forma mais aberta. Mas justamente por pessoas que se dizem do #bem, sim, com o símbolo grego escopro, largamente conhecido como jogo da velha. Mas como se chamar do bem se vivem fazendo ameaças e agredindo as pessoas que, de alguma forma, fazem uma crítica ao governo e seus representantes.
Como pode alguém se autointitular do bem se incita agressões ou, na pior das hipóteses, não coíbe essas agressões e ameaças? Que maniqueísmo de mentes bitoladas é esse que tenta se instalar no Amazonas, quando o que esses cidadãos querem é que as coisas melhorem? Defender superfaturamento e outros ato de improbidade administrativa não é condizente com quem se diz
do bem. Se ser do bem é isso, prefiro muito mesmo ser do mal! Afinal de contasm, falar a verdade não é falar mal!
por isso sou sincera, doa a quem doer!
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