A discussão sobre o Programa de Água para Manaus (PROAMA) este ano tomou suas cores eleitoreiras após um forte debate, ou seria embate, entre os deputados Marcelo Ramos (PSB) e Chico Preto (PSD). Dados de um lado, defesa ostensiva de outro e no final das contas chega-se a conclusão que buscar solução para um problema sério que sequer deveria acontecer. O que não se falou foi que a obra, orçada em R$ 368 milhões, foi fetia por uma empreiteira que doou R$ 1 milhão para a a campanha ao senado de Vanessa Grazziotin (PCdoB), que fazia parte da chapa de Eduardo Braga.
Você que nunca esteve em Manaus, uma cidade de dois milhões de habitantes, às margens do rio Negro, jamais imaginaria que falta água nas torneiras da cidade, sobretudo nas zonas Leste e Norte. Pois falta!
Ramos é do partido do ex-prefeito Serafim Correa, que em 2006 decretou estado de calamidade por falta de água justamente para as referias zonas da cidade, e Chico é pré-candidato do PSD, fiel escudeiro do governador Omar Aziz e segue a pauta do senador e ex-governador Eduardo Braga.
Braga entrou com recurso no Ministério Público cobrando um posicionamento da prefeitura e da empresa Águas do Amazonas, para o cumprimento de um acordo assinado entre os três entes em 2008. O MP montou uma força-tarefa para aprofundar as investigações.
O problema de falta de água em Manaus é antigo. Vem desde que começaram as invasões e elas não são poucas. Nos anos 80 tiveram um boom e recebeu apoio do poder público. Gilberto Mestrinho, então governador, e Amazonino Mendes, prefeito e depois governador fomentavam esta verdadeira fábrica de votos que fez com que a cidade inchasse sem o menor planejamento.
A cada invasão nascia uma geração de eleitores dos programas assistencialistas pensados pela dupla para colocar em prática a profecia do Boto de que seu grupo governaria o Amazonas por 30 anos. Em uma eleição, prometiam regularizar as terras. Na outra, prometiam asfaltar e colocar água e luz. Para a próxima, outros benefícios e assim Manaus foi virando um monstrengo cheio de problemas que foram se agravando. A água é apenas um deles e não é o mais grave: segurança, saúde e educação são os principais.
Dito isso e voltando ao tema, o PROAMA ninguém discute que é preciso que se implante para abastecer as duas zonas mais populosas da cidade. Mas a questão é como ele foi implantado. Inicado em junho de 2009 e previsto para ser entregue em dezembro de 2010, até agora as obras ainda não foram concluídas. Chico Preto afirmou que uma balsa abalrroou a ponta de captação e este foi o motivo pelo atraso de um ano. Jamais apresentou sequer uma foto desse episódio.
Esta é a ponta de captação do PROAMA que supostamente sobre abalrroamento de uma balsa. Tirem suas conclusões.
As obras foram feitas pela Etam, empreiteira favorita do então governador Eduardo Braga e que doou para a campanha da então deputada federal e candidata ao senado na mesma chapa Vanessa Graziotin. Ora, se doou para a campanha de um da mesma foi apenas para não dar muito na vista.
E a Etam doou um milhão de reais, isso mesmo, um milhão de reais para a campanha de Vanessa. Ora, Vanessa jamais havia recebido doações de campanha de empreiteiras. E por que justamente quando está na mesma chapa do ex-governador recebeu R$ 3 milhões? A W.P Construções e Comércio fez uma doação de R$ 1,2 milhão, a Camargo Correa doou mais R$ 500 mil e outras pequenas empreiteiras doaram R$ 300 mil.
Ora, em 2010 o governo do Amazonas pagou mais de R$ 1 bilhão para empreiteiras. Não seria de se estranhar estas doações para Braga, mas para Vanessa também não. Já que o MPE fez uma força tarefa para investigar as obras do PROAMA, que busque esse fio e veja onde vai dar.
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