terça-feira, 5 de julho de 2011

Chegamos onde o governo queria!

O protesto feito hoje pelas cooperativas de transporte executivo após a morte de um de seus dirigentes ocorrido em um assalto seguido de morte mostra a quantas anda a segurança no Amazonas, mote de campanha do governador nas eleições do ano passado. Não pára por aí. O Amazonia em TV, da TV Amazonas está fazendo uma série de reportagens sobre o tema e mostra o quão abandonada Manaus está.

E nesta terça-feira mostrou a Cidade Nova, bairro mais populoso de Manaus, e como está sem policiamento. A queixa dos moradores e das pessoas que trabalham é constante mas nada na prática é feito. Nos terminais de ônibus o problema maior é de falta de policiamento e constantes assaltos, alguns seguidos de morte.

Mais cedo, o deputado Luiz Castro (PPS), evidenciou o descaso e o caos que vive a população de Eirunepé, o mais importante da calha do Juruá, com população de pouco mais de 30 mil habitantes, onde moradores em determinados lugares já pagam pedágio para poder transitar. Sem viaturas porque estão quebradas, os policiais usam as do Conselho Tutelar. Em outros municípios a realidade não é muito diferente.

No conjunto onde moro, Jardim de Versailles, na zona Centro-Oeste, está sendo elaborado um projeto de instalação de câmaras de segurança onde os moradores serão responsáveis pela manutenção. Somente esse ano 18 residências foram assaltadas, foi feito um relatório pelo presidente da associação, o senhor Tobias Ono, e foi apresentado para a Secretaria de Segurança Pública, de onde não veio nenhuma resposta. Sequer a polícia veio para fazer s diligências. Quer dizer, o cidadão vai ter que fazer sua própria segurança e diligências.

Voltamos ao clima da barbárie, já que se um assaltante for pego, corre o risco de os moradores fazerem justiça com as próprias mãos. Ou seja, chegamos aos tempos primitivos em pleno tempo de modernidade, onde as tecnologias estão aí para nos ajudar a monitorar ruas e estabelecimentos comerciais, mas o governo do estado insiste em encher as ruas de viaturas caríssimas, compradas sabemos de quem, para brincar de gato e rato com os bandidos.

Mas se você pensa que é apenas isso, saiba que já está bem pior do que imaginamos. Os gastos públicos do governo do estado já ultrapassaram os R$ 7,2 bi de um orçamento que prevê R$ 10 bi. Isso em apenas seis meses. Os dados foram repassados pelo deputado Marcelo Ramos (PSB), na sessão plenária na Assembléia Legislativa do Estado. Pelas contas do deputado, o Amazonas arrecadou R$ 4 bi no primeiro semestre, mas em compensação já gastou e/ou empenhou R$ 7,2 bi.

As contas não fecharão no final do ano. Pior que isso, afetará diretamente os investimentos que devem ser feitos para as obras da Copa 2014. Ou seja, provavelmente Manaus não será sede da Copa porque não poderá fazer convênios com o governo federal. O motivo? Algumas secretarias do estado estão devendo impostos federais. Governo em débito não tem como fazer convênios. E quem diz isso não é o deputado Marcelo Ramos ou eu. É o Tribunal de Contas do Estado.

Chegamos onde o governo queria. Há alguns meses eu havia dito que na segurança ia chegar ao nível de o estado ter que decretar estado de emergência ou calamidade para poder fazer contratações e compras sem licitação. Disseram que era teoria da conspiração ou que eu havia bebido demais. Pode até ser que eu tenha me excedido em algum momento, mas pelo andar da carruagem, a ressaca será de todos nós!



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