Viver no meio da maior floresta tropical do planeta é uma aventura. Mas não por estar cercado por uma natureza exuberante e seus perigos, mas por viver em meio ao cerceamento da liberdade de expressão. Não obstante isso, há ainda o monitoramento das redes sociais onde não se pode fazer críticas ao governo sob pena de ser atacado impiedosamente por fakes e pessoas contratadas para dar à floresta o encantamento de que tudo está perfeitamente bem e nada de mal acontece.
Não é bem verdade. Apesar de o governador Omar Aziz afirmar categoricamente e com todas as letras que não há a sensaão de insegurança em Manaus e no resto do Estado. A realidade, no entanto, é outra. Não apenas na capital como no interior. Na noite de terça-feira, no mesmo momento em que a polícia divulgava imagens de um arrastão em um posto na zona Oeste de Manaus, o secretário de esportes de Tapauá, no sul do estado, era assassinado.
Mas logo agora, que o governo colocou 466 viaturas e 97 motos para começar a implantar o projeto Ronda dos Bairros, que só em 2011 consumiu R$ 200 milhões e mais a construção de 13 delegacias? Como justificar que mesmo com estes investimentos não seja possível ainda indentificar bandidos que fazem sequestros-relâmpagos para sair cometendo assaltos por toda a cidade.
Será que sempre será preciso que saia no noticiário nacional para que a realidade bata á porta do poder público? É muito bonita a propaganda do governo do estado anunciando as novas viaturas, a contratação de 3.724 policiais civis e militares, mas ela cai por terra quando passou nos noticiários nacionais a real situação de insegurança em que vivemos. As cenas são fortes e mostra bandidos armados até de metralhadoras.
Fortes porque Manaus até há dez anos atrás tinha apenas ladrões de galinha. Mas com o advento so programas sensacionalistas e policialescos do tipo mundo-cão, o grau de violência dos crimes aumentou exponencialmente. Quem não lembra do caso do "Mata, filma e mostra". Mas isso é algo que deve ser considerado pelas autoridades policiais do Amazonas quando da implantação de uma política de segurança pública de verdade. Senhor governador, não precisa ter pressa em implantar o programa ronda dos bairros, contanto que ela seja feito de forma eficiente.
Já me questionaram se eu me sinto bem mostrando para pessoas de outros estados o que se passa na minha cidade e no meu estado. Mas é claro que não. Agora mai que nunca. Se antes varria-se as informações para debaixo do tapete simplesmente comprando o silêncio dos veículos locais e, também, comprando as revistas e jornais de circulação nacional quando estes chegavam no aeroporto Eduardo Gomes, hoje, após o advento da internet e, sobretudo, das redes sociais, esa barreira foi quebrada.
Felizmente já não somos mais reféns das notícias e tampouco de quem tem o poder de controlar o fluxo de informação e tomo como exemplo do caso do BBB e peço licença ao meu caro amigo Ismael Benigno para usar seu post. Mas é isso mesmo: não há como segurar o fluxo de informação e nem mesmo ameaçando seja com processos, campanhas difamatorias, perseguição e demissão do trabalho.
O que se vive em Manaus hoje é um reflexo de sua própria história, com todos os seus paradoxos, e caminha para uma pororoca de liberdade represada. A Manaus de mil contrastes vai perdendo seus medos e suas amarras. Ainda tem medo de se manifestar nas ruas, e mesmo nas redes sociais, pelo que passaram algumas pessoas nestes últimos dois anos. mas isto está acabando aos poucos.
O verão não se faz em um dia e antes dele vem a primavera. E sempre costumo dizer que se uma andorinha não faz verão, pelo menos ela começa a revoada. Tem seu preço. Ser processado ou ter sua vida enxovalhada, se sentir inseguro com medo de represálias não apenas para si mas a seus familiares são exemplos. Onde isso vai dar, depende de quanto tempo dura a peneira usada para tapar o sol. O sol durará pelo menos mais 5 bilhoes de ano. E a peneira tem sua primeira prova de fogo este ano e a segunda em 2014.
Quem viver verá!
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