Para que serve uma secretaria de produção rural mesmo? Para incentivar o setor primário e dar as devidas condições técnicas para isso, não é mesmo? Mas no Amazonas, onde as lógicas se invertem e faz-se as coisas mais estapafúrdias possíveis e imagináveis, tira-se licença poética para tudo.
Pois no Amazonas, uma missão que seria de um Departamento de Estradas e Rodagens, ou de uma Secretaria de Infra-estrutura, que é abrir e fazer manutenção de estradas vicinais, está na alçada da Serearia de produção rural. Ou seja, é muito poder nas mãos de apenas um secretário.
Estive conversando com alguns produtores rurais nesse fim de semana, pois estou desenvolvendo um projeto que visa a integração de vários setores da cadeia produtiva em alguns municípios para a exportação de nossos produtos para a Europa, Japão e Estados Unidos. Naturalmente que eles me pediram para não falar nada a respeito por medo de retaliações ou de que as obras prometidas de estradas vicinais, algumas já com placas de que estavam em execução, não saíssem.
São municípios das calhas do Madeira, Juruá e alguns mais próximos de Manaus. Ora, se a Sepror tem por missão primeira dar as condições técnicas para que os produtores aumentem suas produções e não faz, então fica patente o uso político da secretaria. E apenas isso. Vale lembrar que a Sepror tem escritório nos 62 municípios do estado e esse ano ainda recebeu mais um apoio em 27 municípios onde o Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Amazonas (OCB-AM).
Na aprovação do orçamento deste ano, o deputado Luiz Castro (PPS) reclamou que o orçamento da secretaria era baixo para a imensa tarefa que a mesma possui. Talvez se lhe fosse tirada essa atribuição de fazer ramais e estradas vicinais, o orçamento desse para a Sepror cumprir sua função primeira. Fica a dica governador Omar Aziz.
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