quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Amazonas, onde se tenta tapar o sol com a peneira!

Viver no meio da maior floresta tropical do planeta é uma aventura. Mas não por estar cercado por uma natureza exuberante e seus perigos, mas por viver em meio ao cerceamento da liberdade de expressão. Não obstante isso, há ainda o monitoramento das redes sociais onde não se pode fazer críticas ao governo sob pena de ser atacado impiedosamente por fakes e pessoas contratadas para dar à floresta o encantamento de que tudo está perfeitamente bem e nada de mal acontece.

Não é bem verdade. Apesar de o governador Omar  Aziz afirmar categoricamente e com todas as letras que não há a sensaão de insegurança em Manaus e no resto do Estado. A realidade, no entanto, é outra. Não apenas na capital como no interior. Na noite de terça-feira, no mesmo momento em que a polícia divulgava imagens de um arrastão em um posto na zona Oeste de Manaus, o secretário de esportes de Tapauá, no sul do estado, era assassinado.

Mas logo agora, que o governo colocou 466 viaturas e 97 motos para começar a implantar o projeto Ronda dos Bairros, que só em 2011 consumiu R$ 200 milhões e mais a construção de 13 delegacias? Como justificar que mesmo com estes investimentos não seja possível ainda indentificar bandidos que fazem sequestros-relâmpagos para sair cometendo assaltos por toda a cidade.

Será que sempre será preciso que saia no noticiário nacional para que a realidade bata á porta do poder público? É muito bonita a propaganda do governo do estado anunciando as novas viaturas, a contratação de 3.724 policiais civis e militares, mas ela cai por terra quando passou nos noticiários nacionais a real situação de insegurança em que vivemos. As cenas são fortes e mostra bandidos armados até de metralhadoras.

Fortes porque Manaus até há dez anos atrás tinha apenas ladrões de galinha. Mas com o advento so programas sensacionalistas e policialescos do tipo mundo-cão, o grau de violência dos crimes aumentou exponencialmente. Quem não lembra do caso do "Mata, filma e mostra".  Mas isso é algo que deve ser considerado pelas autoridades policiais do Amazonas quando da implantação de uma política de segurança pública de verdade. Senhor governador, não precisa ter pressa em implantar o programa ronda dos bairros, contanto que ela seja feito de forma eficiente.

Já me questionaram se eu me sinto bem mostrando para pessoas de outros estados o que se passa na minha cidade e no meu estado. Mas é claro que não. Agora mai que nunca. Se antes varria-se as informações para debaixo do tapete simplesmente comprando o silêncio dos veículos locais e, também, comprando as revistas e jornais de circulação nacional quando estes chegavam no aeroporto Eduardo Gomes, hoje, após o advento da internet e, sobretudo, das redes sociais, esa barreira foi quebrada.

Felizmente já não somos mais reféns das notícias e tampouco de quem tem o poder de controlar o fluxo de informação e tomo como exemplo do caso do BBB e peço licença ao meu caro amigo Ismael Benigno para usar seu post. Mas é isso mesmo: não há como segurar o fluxo de informação e nem mesmo ameaçando seja com processos, campanhas difamatorias, perseguição e demissão do trabalho.

O que se vive em Manaus hoje é um reflexo de sua própria história, com todos os seus paradoxos, e caminha para uma pororoca de liberdade represada. A Manaus de mil contrastes vai perdendo seus medos e suas amarras. Ainda tem medo de se manifestar nas ruas, e mesmo nas redes sociais, pelo que passaram algumas pessoas nestes últimos dois anos. mas isto está acabando aos poucos.

O verão não se faz em um dia e antes dele vem a primavera. E sempre costumo dizer que se uma andorinha não faz verão, pelo menos ela começa a revoada. Tem seu preço. Ser processado ou ter sua vida enxovalhada, se sentir inseguro com medo de represálias não apenas para si mas a seus familiares são exemplos. Onde isso vai dar, depende de quanto tempo dura a peneira usada para tapar o sol. O sol durará pelo menos mais 5 bilhoes de ano. E a peneira  tem sua primeira prova de fogo este ano e a segunda em 2014.

Quem viver verá!

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Amazonas, um estado turístico mas não para turistas

O governo do Amazonas realiza, através da Empresa Estadual de Turismo (AmazonasTur) as primeiras ações de promoções internacionais de 2012 no continente europeu. A primeira parada é em Madri, na Espanha, onde participa da 32ª edição da Feira Internacional de Turismo (Fitur). O segundo evento é a Feira Nórdica de Viagens Matka (Matka Nordic Travel Fair), em Helsinque, capital da Finlândia." A atitude é louvável e mostra que o governo quer incrementar o turismo, prejudicado desde a abertura das importações pelo então presidente Fernando Collor de Mello em 1990, destruindo totalmente o turismo interno de compras e não dando suporte para o turismo receptivo internacional.
Nos últimos anos a rede hoteleira de Manaus cresceu. Pulou do Tropical Hotel e Novotel para perto de uns dez hotéis com boa estrutura para receber não apenas turistas, mas também eventos. Pequenos eventos, é bem verdade, porque não há nenhuma política voltada para este importante segmento. E uma cidade com dois milhões de habitantes e encravada na floresta que leva a mais importante marca da atualidade (Amazônia) não pode ser furtar a deixar de faturar com esta fonte de recursos que movimentaria milhares de empregos diretos e indiretos.
Ora, quem não quer conhecer a exuberância da floresta amazônica hoje em dia? Realizar um evento de sua empresa? Mas esbarra pura e simplesmente na falta de infra-estrutura. Se um dia houver dois eventos de grande porte vai ser um corre-corre daqueles. Manaus não tem restaurantes e auditórios suficientes para isso.
Vou dar um exemplo de como o turista é recebido em Manaus. Semana passada estava em um shopping com um amigo e de repente chega um turista sueco, entrou, olhou a tabela de preços na parede, foi dar uma olhada em outros lkocais e voltou lá. Ficou parado esperando ser atendido. Não me contive e fui conversar com ele, em inglês, para saber o que ele estava procurando. Pura e siomplesmente jantar. Como o local estava lotado, convidei para sentar conosco e fomos conversando.
Não foi surpresa para mim ele dizer que tinha séris dificuldades de comunicação porque os estabelecimentos onde ele ia simplesmente não tinha ninguém que falasse sequer o espanhol ou arranhasse o inglês. Não pára por aí. Se um turista quiser ir fazer um passeio pelo encontro das águas, pode ser explorado por quem faz o serviço avulso em voadeiras, pequenos barcos que muitas vezes não oferece segurança nenhuma e conforto menos ainda, ou ir para as agências de viagens que fazem este tipo de passeio a um preço que também não é dos mais baratos. Mas para quem paga passagens caríssimas de avião para cá isso não deve ser problema.
No ano passado foi realizado o II Forum Mundial de Sustentabilidade no Tropical Hotel, com a presença do ex-presidente Bill Clinton e o ex-ator e ex-governador da Califórnia Arnold Schwarzenegger, que vieram apeso de ouro. Cachê de US$ 500 mil cada. Naturalmente que receberam apoio do governo do estado e da prefeitura de Manaus. Dizer que o evento atraiu turistas para cá é querer mascarar a realidade, já que isso não aconteceu, nem dizer que o evento chamopu a atenção do mundo para a Amazônia. Além do quê, no mesmo dia, circulou mundo afora as imagens do adolescente que foi baleado por policiais.
Pergunta: qual foi a imagem que ficou para o mundo? A de um evento mal divulgado e que funcionou apenaqs como caça-níquel para os promotores ou a de policiais atirando em um adolescente? Imagem essa que reflete exatamente a quantas anda a segurança no Amazonas.
Investir em turismo não é apenas participar de eventos e feiras para atrair turistas para o Amazonas. Isso aí a própria marca Amazônia jáo faz. Investir em turismo é propiciar condições para que empresários façam investimentos para oferecer melhores condições não apenas ao turista estrangeiro, mas também ao turismo interno e o turismo de eventos. Esse é um ponto de reflexão para que o governo estabeleça política pública de turismo e não apenas ir fazer oba-oba em eventos na Europa. Não quero nem falar em pesca esportiva, outro segmento que movimenta milhões de dólares por ano, mas que não tem tido a menor atenção por aqui.

Amazonas, onde a segurança funciona só na propaganda

Na semana passada o governo do estado do Amazonas entregou 466 viaturas e 97 motos como uma das ações de fortalecimento da segurança pública na capital.Bem, se era para dar impacto mna apresentação das viaturas conseguiu: em um acidente, cinco viaturas colidiram e mais três foram batidas apenas no primeiro dia. No dia seguinte uma outra viatura capotou. E não estava em perseguição nem nada.

O governo ancora suas expecativas de solução no programa Ronda dos Bairros, que prevê policiamento ostensivo com um contato maior entre o morador e ospoliciais que fazem a segurança nos bairros. Bem, até onde eu sei não é som policiais namorando moradores que se resolverá a questão. É preciso bem mais que isso!
Na propaganda oficial, aliás, desde o ano passado que mostram o quanto foi investido mas nada parece apresentar resultados. Anunciam que fizeram investimentos na polícia técnica, mas não há preparo dos policiais que são os primeiros a contaminar os locais de crime.
http://www.youtube.com/watch?v=33N6QybJxgE
Na semana passada, dois sequestros relâmpagos chamaram a atenção para o problema. No primeiro, uma assessora parlamentar foi sequestrada, foi feita a denúncia, passando informações para a polícia sobre o posicionamento e a devida identificação do carro e a polícia não conseguiu sequer encontrar o carro. Três horas e depois de oito assaltos , uma execução com a sequestrada no porta-malas do carro, ela foi abandonada em uma rua deserta, conseguiu se libertar e chegar a uma maternidade onde foi finalmente atendida.
Enquanto isso, os familiares tiveram que fazer uma via crucis de ir a quatro delegacias para poderem finalmente fazer o registro da ocorrência. Pior que isso, os policiais que recolherem o carro da vítima, sem luva e nem nada, simplesmente entraram no carro e o levaram para o pátio da delegacia. ou seja, se tinha impressões digitais, foram comprometidas. Se bem que não ia adiantar muito porque a perícia no Amazonas simplesmente não tem condições de fazer este tipo de serviço que é fundamental para a identificação de criminosos.
Dois dias depois uma mulher foi sequestrada enquanto abastecia seu carro em um posto de gasolina e passou pelo mesmo calvário. Nesse caso a polícia foi mais rápida e prendeu a quadrilha que tinha um menor de idade como líder.
A questão da violência é complexa e envolve muitos fatores mas o fundamental é que haja vontade política de resolver a questão. Já pelo menos três anos o Rio de Janeiro, de onde Man aus é o bairro mais distante, vem tomando medidas no combate à violência enquanto que no Amazonas tudo caminha a passos de tartaruga.
O programa Ronda dos Bairros que o governador Omar Aziz quer entregar em sua primeira etapa até op final de janeiro, precisa de 1.200 soldados mas o efetivo da área é de apenas 600. A propaganda que está sendo veiculada hoje diz que entraram 3.470 policiais, entre civis e miltares nos últimos meses. Os militares em treinamento estão há quatro meses sem receber. A explicação para essa falta de pagamento é simples: o estado gastou mais do que arrecadou. Exatos R$ 350 milhões.
Para deter a violência é preciso dar ocupação aos jovens e adolescentes. Não existe nenhuma política de educação, cultura e esportes no Amazonas voltados para ninguém. Apenas os grandiosos festivaisi de cinema e ópera que consomem todo o orçamento da cultura e deixa quase nada de concreto para a população. O Amazonas sempre foi celeiro de craques em diversas modalidades e o lutador José Aldo hoje é um bom exemplo, bem como a ginasta Bianca Medeiros, que brilhou no Pan-Americano de Guadalajara ano passado. Mérito deles e do esforço de suas famílias que tudo fizeram para que não ficassem estagnados em Manaus.
Se eu que o governo Omar Aziz fracasse? Eu seria um idiota. O que quero é que as coisas aconteçam, sem superfaturamento, sem firula ou apenas pirotecnia. Mas é difícil quando você toma conhecimento que o colete à prova de balas dos policiais está vencido.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Amazonas, um estado bonito na propaganda

Quem chega em Manaus e assiste as propagandas do governo do estado vê um lugar maravilhoso, onde a segurança e a educação chega a todos, as oportunidades de negócios surgem aos montes e tudo funciona àsmil maravilhas. Não é bem assim,

O ano já começou com o estado devendo R$ 350 milhões, já que suas contas não fecharam em 2011. Não obstante esse pequeno detalhe, a fábrica de beneficiamento de pirarucu inaugurada no último dia 25 de agosto, em Maraã (a 635 quilômetros de Manaus), singelamente chamado de a primeira fábrica do 'Bacalhau da Amazônia', está parada por falta de matéria-prima. Ora, isso é falta pura e simplesmente de planejamento.

Sem planejamento não se vai longe. É importante a implantação da fábrica? Sim, claro que é. Mas porque antes disso não se faz um estímulo à produção do peixe em escala comercial também. De que vale a fábrica se não vai ter o que beneficiar? É dinheiro público jogado fora.

Em uma madrugada dessas, assisti no NatGeo, que estão produzindo pirarucu, pirarara e outras espécies amazônicas, incluindo o mais que popular jaraqui, na Tailândia. Não nos admiremos se em dois anos o país asiático se tornar o maior produtor de pirarucu do mundo, a exemplo do que aconteceu com a borracha na virada do século 20.

Lá na Tailândia eles chamam de Pirarucu da Amazônia. Aqui, nós simplesmente negamos o peixe e o chamamos de bacalhau. Nós não, já que para mim é um erro crasso simplesmente negar nossa origem ao mudar o nome do peixe do qual se faz tantos pratos e sua escama serve pra fazer artesanato.

Na saúde, onde sempre tem propagandas de que as gestantes tem bons tratamentos, vi hoje através das redes sociais que a sobrinha de uma amiga estava esperando desde a manhã uma vaga na maternidade Moura Tapajós, que é considerada de referência. Não apenas ela, mas inúmeras outras que estavam na mesma situação. Sangrando, somente agora no final da tarde conseguiram uma vaga e ela teve que ser operada às pressas.

Ontem vi nos noticiários que os pais esperam por dias em filas para matricular seus filhos. Me veio a mente o seguinte: se o aluno pasa de ano, já deveria ter sua matrícula feita na série seguinte automaticamente. Para quem não passou, fazer a matrícula automaticamente na mesma série. Para mim isso é claro feito água. Mas parece que para a secretaria de educação do Amazonas não.

E a gerente da central de matrículas ainda foi parea a televisão dizer que não havia necessidade de fazer fila na frente das escolas, mas que caso não conseguisse vaga na escola perto de sua casa, poderia ir buscar em outra escola fora do bairro. Ou seja, uma negação, contraição pura de que nao é preciso fazer fila.
Ocorre aqui no Amazonas, mas poderia ser em outro estado.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Amazonino e a vingança contra as cooperativas de transportes

Para quem não sabe como funciona a política pelas bandas do Amazonas, vai uma explicação simples: os coronéis simplesmente fazem o que bem entendem e fica por isso mesmo. Amazonino Mendes, herdeiro do velho Boto Tucuxi Gilberto Mestrinho, não é diferente.

Em 2009, logo após assumir a prefeitura, cheio de dívidas de campanha, fez o que sempre fez: começou a favorecer aliados através das licitações e colocar de fora quem não lhe deu apoio na campanha. Em novembro tentou passar a tarifa do executivo de R$ 2,00 para R$ 3,00. As cooperativas se recusaram a dar o aumento por um motivo muito simples: prejudicaria a população e colocava em cheque o já combalido sistema. Uma paralização dos motoristas obrigou o alcaide teve que retornar ao preço de R$ 2,50. Humilhado, teve que recuar, mas sob a ameaça de tirar a concessão das cooperativas, conseguiu seu objetivo: passagem do executivo em R$ 3,00.

Em 2010 anunciou, mas ficou apenas no anúncio, de uma nova licitação que aconteceu somente no ano passado. Para participar da licitação, as empresas que concorrem ao processo de licitação precisam dar garantias de que possuem garagem e ônibus em Manaus. Qual não foi a surpresa ao verem que as empresas novas que querem operar aqui apresentaram garagem e ônibus de empresas já existentes e operando na cidade. Ou seja, será trocar seis por meia dúzia! Mudarão apenas os nomes das empresas, os proprietários serão os mesmos! Nesse meio tempo, eliminou a tarifa social aos domingos, que era de R$ 1,10, e passou a ser cobrada a tarifa já com aumento de R$ 2,75.

Na licitação específica para o transporte executivo, que é feito pelas cooperativas em sua maioria, o número de microônibus que prestam o serviço será reduzido de 280 para 60 e circularão apenas pela região central de Manaus. Ou seja, prejudicará as zonas Norte e Leste, as mais populosas da cidade. Amazonino demonstra com isso não apenas o seu lado vingativo contra as cooperativas, mas também que não se importa em atingir a população para fazer sua vendetta.

Como cansou de ser acusado de fazer tudo na base do chutômetro, o prefeito diz que contratou uma empresa de consultoria através da Superintendência de Transportes Urbanos, presidida por Marcos Cavalcanti, que já foi presidente da antiga Empresa Municipal de Transportes Urbanos (EMTU), em 1998, e foi eleito vereador com apoio das empresas do sistema de transporte coletivos. Entre suas realizações foi a quase cassação, após ser ob­jeto de uma CPI pre­si­dida pelo ex-vereador Gilson Gon­zalez, que apurou três acusações, com destaque para a dis­tribuição de placas de táxis, em Manaus e manutenção de fun­cionários fan­tasmas no órgão.

Para ter a certeza de que as cooperativas ficariam de fora da licitação, a empresa consultora estabeleceu a calção para as empresas no valor de R$ 600 mil reais, enquanto o das cooperativas é de R$ 1.012.000,00. Quase o dobro das empresas. “Temos certeza de que isso é para nos tirar do certame e é uma vingança do Amazonino por conta daquele episódio em que ficamos do lado da população em 2009”, disse Equias Subrinho, presidente da Federação das Cooperativas de Transportes do Amazonas (Fecootram).

Nesta quinta-feira (12.01) os dirigentes das cooperativas estiveram no Ministério Público do Amazonas onde entraram com recurso para suspender a licitação e ter ao menos as mesmas condições que as empresas. “Temos muitas esperanças de suspender a licitação. Primeiro que prejudica muito a população que já sofre com a falta de transporte coletivo nas duas zonas mais populosas e depois que é uma disparidade muito grande no valor das calções”, concluiu Subrinho.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Manaus entregue!

Passado o grande festão de réveillon em Manaus, onde foram gastos R$ 3 milhões em cachês superfaturados para as atrações nacionais, temos agora um periodo que poderia ser chamado de limbo administraivo. Chamo assim porque é aquele período em que nada acontece nas secretarias, está todo mundo de férias e parace que todos estão programados para dar a mesma resposta: aqui no sistema osra que está tudo normal.

Mesmo despois de um apagão em uma chuva, a Manaus Energia somente depois de dois dias se dignou a dar uma nota dizendo que raios teriam causado falta de energia em seis zonas da cidade. Detalhe: Manaus só tem seis zonas mesmo!

Agora em alguns bairros da cidade a coleta de lixo não está sendo feita. E não é em bairros da periferia não: Eldorado, Adrianópolis, Japiim, Centro, Dom Pedro e Parque das Laranjeiras são alguns dos que ficam sem coleta de lixo por três ou mais dias. Ok, estamos no começo do ano, mas nem por isso deixemos de ser atendidos em nossas necessidades básicas de serviços pelos quais pagamos nossos impostos. Também não deixemos de cumprir com nosas obrigações não apenas colocando o lixo no horário próximo da coleta, como também formalizar queixas na Agência Reguladora de Serviços do Amazonas (Arsam) para que tenhamos os serviços prestados.

Não esquecer também que já existe uma Taxa do Lixo que deverá chegar a R$ 90 por domicílio ainda aguarda regulamentação.

No quesito segurança a situação vem se agravando a cada dia e os casos de assaltos vão pipocando nos veículos de comunicação mas não aparecem nas estatísticas da Secretaria de Segurança Pública. Nesta tarde do dia 11, foi assaltado mais um comércio no Vieiralves, zona Centro-Sul da cidade, área nobre, onde há menos de dez dias foi assassinado o motorista de uma desembargadora.

Nesta mesma tarde chegaram mais viaturas para a Polícia Militar do Amazonas. Mas não basta apenas repor uma parte das viaturas para circular nas ruas. Tem que melhorar as condições dos policiais como dar coletes novos, e também não é apenas isso. Para melhorar a polícia tem que fazer uma faxina na mesma e começaria fazendo exame antidoping.

É preciso estabelecer uma política de segurança pública mais clara e definida, investir em inteligência. Se sabe-se onde são as chamadas áreas vermelhas de Manaus, porque não atuar de forma mais incisiva? Manaus tem uma vantagem enorme em relação a outras cidades pois suas rotas de fuga são poucas e isso pode ser explorado não apenas com mais viaturas, mas com iluminação melhor nas ruas e câeras de vigilâncias espalhadas pela cidade!
Mas o fundamental mesmo será a democratização da segurança. No caso do sequestro do empresário Wellington Lins a SSP já estava monitorando os envolvidos apenas um dia após o fato ter ocorrido. Uma semana depois, uma criança de cinco anos foi sequestrada, esganada, estuprada e morta, após a Polícia Civil dizer que somente poderia agir após 24 horas. Ou seja, são dois pesos e duas medidas. Lins é de família influente em Manaus, onde tem um deputado federal e um estadual, já a criança era flha de cidadãos comuns. Jamais será dado o mesmo tratamento. Não se permanecer esta mesma política.