quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Ai de mim sem ti, Manaus


 Ah, Manaus
Faltam palavras para te definir. Sobra sentimentos para sentir por ti.
O mormaço típico é um reflexo do calor humano de teus filhos aguerridos Manaus
Só a água fria de teus igarapés o aplaca. Mas o que teus filhos deixaram ou fizeram com teus igarapés? Te destrataram e transformaram tuas veias em esgosto a céu aberto. A tua marca de cidade arborizada e cortada pelos microrrios foi solapada por quem te governou e te feriu de morte.
Mas tu, Manaus, és mais que qualquer um porque mandatos acabam, governantes passam e tu, lugar dos bravos, fica, resiste e se mostra cada vez mais exuberante. Não és tu quem está se adaptando ao mundo. É o mundo que tem que se adaptar a ti por quê és única.
Dessas águas escuras do rio Negro que determina o ciclo da vida em teu ventre, saem o teu alimento e por isso deveriam ser melhor cuidado. Te viraram de costas para esse majestoso rio e agora te esforças para mostrar que deves ficar de frente, enfrentando e interagindo com ele como sempre o fizestes.
Manaus, tu que acolhe bem teus filhos, ainda que eles te maltratem ou não te deem o devido valor. Tu que recebe os irmãos de estados vizinhos, os primos de outras regiões e os parentes distantes de outros países da mesma forma, mereces mais respeito e a mesma cordialidade.
Tu, cidade morena, que traz na pele a marca de teu povo, tens ainda um futuro radiante pela frente, como o sol que queima tua pele. Despertas paixões e nos toma o coração de assalto e com tal força que jamais sairás de dentro de quem te conhece.
Sim, quem te conhece pode até sair de ti, mas tu jamais sairá deles.
Teus filhos espalhados mundo afora que o digam. De terem ido conhecer outras plagas mas sentir a falta do teu calor, dos teus hábitos e costumes e, sobretudo, da tua culinária.
Ah, Manaus, podemos trazer o mundo e prostrá-lo aos teus pés e ainda assim será pouco. Sempre faltará farinha no pirão da cozinha estrangeira, sempre bem vinda e que te torna mais rica ainda.
Tu que também despertas ódio, mais por ser incompreendida do que pelo sentimento volátil e explosivo desses rompantes de ataques que fazem contra ti e logo passam, acolhe bem o mundo que insiste em querer te explorar mas acaba se rendendo a ti.
E tem uma frase que não me canso de falar, por mais caminhos do mundo que eu já tenha percorrido e ainda tenha a peregrinar: Manaus, jamais deixarei de te amar!