quarta-feira, 1 de junho de 2011

LICITAÇÃO NA PREFEITURA."RETRATOS DO BRASIL"

Este post foi originalmente publicado por Marcos Sobreira no dia 31.01.2011


Um prefeito queria construir uma ponte e chamou três empreiteiros: um japonês, um americano e um brasileiro...


- Faço por US$ 3 milhões - disse o japonês:

- Um pela mão-de-obra.

- Um pelo material.

- E um para meu lucro.

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- Faço por US$ 6 milhões - propôs o americano:

- Dois pela mão-de-obra.

- Dois pelo material.

- E dois para mim... mas o serviço é de primeira!

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- Faço por US$ 9 milhões - disse o brasileiro.

- Nove paus? Espantou-se o prefeito. Demais! Por quê?

- Três para mim.

- Três para você.

- E três para o japonês fazer a obra.

- Negócio fechado! Respondeu o prefeito.

Fiz esta citação porque infelizmente isso acontece em muitos casos e parece ser assim que vai se dar a construção do monotrilho em Manaus, como obra para a Copa 2014. No que me diz respeito, já é um erro de concepção, tendo em vista que a obra, como qualquer uma de infra-estrutura, deve ser feita em função das necessidades de população.

E tomara que, monotrilho ou BRT, não seja levado até o Centro Histórico de Manaus, pois ensejará um briga maior ainda com o Instituto do Patrimônio Histórico e Arquitetônico Nacional (IPHAN) e causará mais atrasos na obra. Sem contar que reduzirá os já astronômicos custos.

Ayô Nino!

O meu amigo de tuiter, @DENNiRR me deu a idéia há muitos meses, mas sempre relutava em escrever sobre o assunto de forma mais jocosa. Sempre pensei que a questão da mobilidade urbana como um problema sério a ser resolvido. Já dei sugestões, fiz severas críticas e sempre de forma ciosa do meu dever de cidadão.

Fiz críticas em relação ao fato de os mototaxistas invadirem diversas áreas da cidade e cheguei a tuitar mesmo que, se nada mais desse certo para mim,  compraria uma camisa de goleiro, financiaria uma moto e ia virar mototaxista, de tão absurdo que foi a encoxada que os mototaxistas deram no prefeito e nos vereadores.

Dias depois nem me surpreendi com o novo veículo que tomava conta das ruas da Compensa, justamente o bairro onde ficam a sede da prefeitura e do governo do estado. Ou seja, é uma mostra de que não temos governo mesmo e qualquer um faz o que quiser por essas plagas.

Mas voltando ao DENNiRR, ele que sempre frescou nos textos que faço, me propôs por várias vezes, sabendo que eu sou cooperativista, a criação de uma cooperativa de carroceiros. Chegou a imaginar nós, ele em uma e eu em outra carroça, em plena Djalma Batista, dividindo o espaço com carros e ônibus.

Não sou ilustrador, por isso vai ai a foto da carroça do DENNiR e do seu fiel cavalo carinhosamente batizado de Nino! Então que seja e lá vamos nós: Ayô Niiiino!

Futebol profissional no Amazonas? Estás brincando!

Li no jornal A Crítica que os dirigentes de futebol querem mais dinheiro do poder público para que o esporte se desenvolva. Mas esses mesmo dirigentes esquecem que já receberam dinheiro demais nos últimos 20 anos pelo menos, seja diretamente ou seja por incentivos fiscais. Falta mesmo é profissionalismo para esses mesmos dirigentes. Senão vejamos.

Lembro que há alguns anos fui captar recursos junto ás empresas do Pólo Industrial para alguns clubes. A primeira exigência que as empresas fazem é ter um projeto detalhado mostrando onde os recursos serão investidos, qual o retorno da empresa, o que é justo. A elaboração desses projetos inclui um plano de comunicação, planejamentos estratégico e gestão profissional.

Como era um investimento, fiz o projeto e os dirigentes dos clubes deram a primeira mostra de que ainda tinha muito a aprender. Pediram para refazer o projeto, mais exatamente a parte da planilha de custos porque estava muito detalhada. Como assim? Mas é exatamente essa transparência que as empresas patrocinadoras querem. Desisti.

Falei em incentivos fiscais, não foi? No final dos anos 90 e começo de 2000, o governo estadual manteve o programa ‘Eu quero a nota’, em que as pessoas trocavam notas fiscais por ingressos para os jogos do campeonato amazonense e das demais competições como a Copa Norte e série B do Campeonato Brasileiro, em que o São Raimundo era o representante amazonense.

Mas dirigente brasileiro, e mais especialmente o amazonense, não tem jeito. Os borderôs mostravam que sempre havia público nos jogos, mesmo que as arquibancadas quase vazias dissessem o contrário. Isso no campeonato estadual, na Copa Norte era casa cheia sempre. Ou seja, os clubes recebiam o reembolso do governo por ingressos que foram troados sabe-se lá por quem.

Nesse espaço de tempo o São Raimundo poderia, em função do que arrecadou, ter feito uma bela reforma no seu estádio, o Ismael Benigno, mas nada fez e hoje pede recursos do governo do estado para que o estádio esteja em condições para ser um campo de treinamento para uma das seleções que disputará a primeira fase da Copa do Mundo em 2014.

No ano passado me chamaram para dar uma força novamente elaborando um projeto para captação de patrocínio. A primeira reunião tudo ok. Levei os dirigentes a um órgão público e, para segunda reunião, quando o projeto ainda sofria ajustes, não na planilha de custos, mas no Plano de Comunicação, já havia sido feita uma reunião sem sequer ter sido chamado para participar. Ou seja, pernada. O clube ainda deve pelo projeto que foi acertado ser pago. Nem espero receber. Aprendi que quem deve, procura quitar suas dívidas.


Licitação viciada é isso!

Quando se fala em licitação viciada e com superfaturamento no Amazonas os apressadinhos da defesa falam logo em teoria da conspiração. Não é o que se mostra quando se faz uma mínima busca nos processos licitatórios que estão em andamento.
Para a compra de fardamento para 450 mil alunos, nem a Secretaria de Educação e Qualidade de Ensino (Seduc) e nem a Comissão Geral de Licitação (CGL) não sabem o que farão com a licitação realizada em abril deste ano. Isso porque a empresa que ofereceu o menor lance, a Capricórnio S/A que propôs fornecer as fardas a um custo de R$ 11 milhões e 700 mil, não arrematou o pregão. Com uma diferença de mais de 110% sobre o menor valor proposto, a empresa declarada vencedora do certame foi a Comércio e Indústria Equilíbrio Ltda, ligada à empresária Ana Paula Perrone, com a proposta indecorosa de R$ 24 milhões.

Enquanto seu lobo não vem, os pais de alunos da rede pública de ensino que podem, pagam por uma camisa produzida pelas escolas em parceria com as associações de pais e mestres, em média, R$ 30,00. Quem não tem condições, usa a mesma farda do ano passado.

Esse é o tipo de ação criminosa que deveria ser combatida a começar pelo poder público. Lembro que no começo do governo Eduardo Braga, em 2003, a então secretária Rosane Marques tentou implantar um controle rigoroso nas compras da Seduc. Eram cerca de 60 empresas que forneciam os diversos materiais como merenda escolar, fardamento e material didático. O problema é que s fardas eram em não conformidade: blusa com mangas de cortes diferentes, lápis sem grafite ou com a madeira tão dura que era impossível apontar e por aí afora. Conseguiu ampliar a base de fornecedores para perto de 200 empresas, mas as pressões começaram, junto com as ameaças, e ela foi afastada e tudo voltou ao que era antes.


terça-feira, 31 de maio de 2011

Maconha: liberar ou não, eis a questão!

A liberação do uso da maconha é um tema que vem sendo discutido há pelo menos 40 anos e cresceu muito o debate nos últimos 15 anos. No entanto pouca coisa de prática foi feito para sequer equacionar a questão. O álcool, por exemplo, que é uma droga lícita, é a verdadeira porta de entrada e no entanto, permite-se não apenas a comercialização, mas é fartamente divulgado em campanhas publicitárias. Mais do que ser contra ou a favor, é preciso estar aberto à discussão do assunto. Então vejamos os vários aspectos do debate.

Ao se propor que a maconha seja comercializada para uso medicinal, é preciso que se crie uma estrutura de fiscalização para que haja um controle efetivo e permanente. E, no Brasil, infelizmente, é muito raro algum órgão fiscalizador funcionar. Nos anos 80, a maconha passou a ter largo uso medicinal nos Estados Unidos sobretudo no tratamento da AIDS, para que as pessoas se alimentassem. Mas lá foram estabelecidos critérios para a plantação, comercialização, cadastro das pessoas que são atendidas, com suas respectivas fichas médicas.

Não há casos registrados de nenhum caso de morte por overdose de maconha. Também não se pade dizer que uma pessoa fuma maconha para roubar, matar, estuprar ou cometer qualquer tipo de ato ilícito. Maconha, a exemplo de outras drogas lícitas ou ilícitas, apenas liberam as amarras internas do indivíduo. Se uma pessoa quer cometer uma infração, pode fazer isso de cara limpa ou não. O que há é um falso moralismo em torno da maconha. Como se não fosse sobre o efeito do álcool que os atos infracionais são cometidos.

Há de se ponderar também o fato de pessoas que usam maconha de forma recreativa ou são usuárias e jamais cometeram uma infração de trânsito sequer. E quem é contra pode dizer: é como começa. Mas não é marginalizando essas pessoas que se chega a uma solução. São vários aspectos e parâmetros a serem considerados. Não é um debate simples.

O aspecto sócio-cultural é outro a ser ponderado, ainda que em menor escala, pois apenas se enontra isso em municípios do interior de estados da Amazônia Brasileira. Em algumas culturas o uso da maconha, ou de outros alucinógenos como o ayahuasca e até mesmo o epadu (de onde se extrai a cocaína), são usados de forma ritual ou para atenuar efeitos da labuta no meio da floresta.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pegou carona de outros presidentes e disse que a luta contra as drogas é uma guerra perdida. E disse que não declarou isso quando era presidente porque não tinha essa consciência à época e acreditava que a repressão era o melhor caminho. Que raios de sociólogo é esse que não pensa nas questões que são visíveis até para o mais leigo dos cidadãos?

A reboque da maconha, na verdade, vai a cocaína, o crack e mais recentemente o oxi. Sempre defendi que para combater droga, a melhor e mais eficiente arma é o conhecimento. Oxi nada mais é que uma corruptela por ignorância, de dióxido, que é a base da cocaína e do crack. É do dióxido que se extrai o crack e a coca e é isso que o torna mais barato. Ora, se eu sei disso, porque as polícias não sabem? Não vou fazer que nem os grandes meios de comunicação que deram aula para quem nem sabia de como fazer esses derivados.

São drogas que levam a um grau de dependência química de níveis mais elevados que a maconha pelo menos vinte vezes maior, isso nos remete a uma discussão maior ainda: combate à droga é uma questão de saúde pública. Se o Brasil adotar os procedimentos que são usados nos Estados Unidos sobre uso medicinal da maconha, e na Holanda, sobre venda e uso de maconha, bem como distribuição de seringas e demais apetrechos para o uso de drogas injetáveis, poderá dar um avanço muito grande no setor.

Na Holanda, como nos Estados Unidos, os impostos arrecadados são revertidos para programa de recuperação de dependentes químicos. Mas devemos lembrar que o nível de corrupção no país, infelizmente é muito grande e o próprio governo não dá o menor exemplo no uso dos recursos que são destinados à suas devidas rubricas. Basta lembrar o uso dos recursos gerados pela Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF). Isso porque, caso seja regulamentado a produção e comercialização da maconha, defendo que os impostos gerados sejam utilizados in totum para a criação de clínicas para tratamento de dependentes químicos.

Na semana passada, o Rio de Janeiro deu um passo importante no tratamento aos dependentes químicos: com uma canetada decidiu recolher os usuários que ficam nas crackolândias. Só esqueceu de se preparar para isso e, daqui a poucas semanas, já poderá enfrentar um problema sério: onde colocar essas pessoas e quem irá tratá-las, já que mal possui médicos suficientes para atender as emergências? Infelizmente, isso é outro mau hábito dos governantes brasileiros, em qualquer esfera: pensam que com uma canetada resolvem os problemas. Esqueceram que o viciado tem que querer ser ajudado também.

Isso me lembra quando o presidente Collor resolveu abrir as importações e quebrou diversos setores. Helmutt Kohl, premiê alemão, reuniu o setor industrial e perguntou quanto tempo eles precisavam para se preparar para a concorrência: dois anos foi a resposta. No Brasil, poderiam seguir esse exemplo e ir um pouco mais além. Poderiam abrir uma discussão com a sociedade, setores técnicos e, fundamentalmente, realizar pesquisas sobre os efeitos das drogas. Sem dados é impossível fazer diagnóstiscos precisos sobre as melhores formas de combater as drogas mais pesadas ou pelo menos atenuar os seus efeitos sobre a sociedade.

Antes de se pensar em legalizar, liberar, descriminalizar ou regulamentar o uso da maconha, é preciso que haja uma discussão ampla, não aquelas audiências públicas de enganação que são feitas apenas como jogo de cena e de cartas marcadas, mas uma discussão plena ouvindo não apenas quem defende ou que é contra, mas ter base científica, inclusive econômica, do que deve ser feito nesse caso.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Novo Código Florestal é prejuízo e atraso para o Brasil

A aprovação do Novo Código Florestal é um prejuízo e um atraso para o país. Prejuízo porque o assunto merece um ampla discussão por parte da sociedade e tem que ser feita de forma técnica, mexe com o setor mais importante do país, o agrícola. Mais ainda porque a aprovação foi resultado de uma negociação que envolveu a não convocação do ministro Antonio Palocci para prestar esclarecimentos sobre o seu enriquecimento meteórico.


Naturalmente que o episódio deixa às claras uma outra realidade que os veículos de comunicação não mostram, ou apenas mostram quando há um interesse espúrio que não é o de informar. Se fosse investigar todos os parlamentares desse país, não sei quantos escapariam pelo mesmo motivo de rápido enriquecimento. Mas sei que seriam poucos. A nova versão do Código ainda será votada no senado, onde poderá sofrer alterações. Caso isso aconteça, será novamente discutido.


O texto legaliza o uso de algumas APPs já ocupadas com produção agrícola desde que essa antropização tenha ocorrido antes de 22 de julho de 2008, mas para isso acontecer deverão ser por meio de um Programa de Regularização Ambiental (PRA), o poder de estabelecer, após avaliação pelo órgão ambiental estadual, outras atividades agrícolas que não precisem ser removidas das APPs. As hipóteses de uso do solo por atividade de utilidade pública, interesse social ou de baixo impacto serão previstas em lei e, em todos os casos, devem ser observados critérios técnicos de conservação do solo e da água. Mas quem custeará a implantação desses programas? Quais os prazos para que esses programas serem implantados?


Por quê dia 22 julho de 2008? Porque foi o dia em que foi publicado o segundo decreto (6.514/08) que regulamentou as infrações contra o meio ambiente com base na Lei 9.605/98.


Proprietários rurais que tiverem multas, mas que decidirem regularizar seu imóvel recuperando as APPs e a Reserva Legal terão a multa suspensa, ao contrário do que foi amplamente divulgado pela imprensa de que haveria anistia desmatadores. Para fazer juz a essa suspensão, deverá procurar o Órgão Ambiental e aderir ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), a ser instituído pela União e pelos estados. Os interessados terão um ano para aderir, mas esse prazo só começará a contar a partir da criação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), o que deverá ocorrer em até 90 dias da publicação da futura lei. Todos os imóveis rurais deverão se cadastrar. Uma coisa depende da outra e pode ser que, mesmo sendo criado o cadastro, ainda haverá muito tempo para ser efetivado.



Para os pequenos proprietários e os agricultores familiares, o Poder Público deverá criar um programa de apoio financeiro destinado a promover a manutenção e a recomposição de APP e de reserva legal. O apoio poderá ser, inclusive, por meio de pagamento por serviços ambientais. Só esquecem que a maioria desses agricultores o fato de eles já estarem inadimplentes em função de dívidas causadas por desgraças naturais como enchente ou estiagem. Não vão retirar os pequenos agricultores do círculo vicioso de não poder plantar por não ter recursos para pagar suas dívidas.

A grande questão é que baseando tudo no PRA as alterações não tem data definida para serem implantadas. Além disso, para fazer a regularização fundiária e também proteger as APPs, será preciso recursos para fazer a indenização e não ficou definido como serão feitas as indenizações ou a realocação das populações tradicionais que habitam as áreas de preservação ou reservas legais.

Por exemplo, se o proprietário do imóvel optar por recompor a vegetação no próprio imóvel, isso poderá ocorrer em até 20 anos segundo critérios do órgão ambiental. O replantio poderá ser feito com espécies nativas e exóticas, em sistema agroflorestal. Sendo que as exóticas não poderão ocupar mais de 50% do total da área a recuperar e a reserva poderá ser explorada economicamente por meio de plano de manejo.

O proprietário poderá também permitir a regeneração natural da vegetação dentro do imóvel ou compensar a área a recompor doando outra área ao Poder Público que esteja localizada em unidade de conservação de domínio público pendente de regularização fundiária. Admite-se ainda contribuição para fundo público, respeitados os critérios do regulamento, e a compra de Cota de Reserva Ambiental (CRA). As áreas que forem usadas para compensar a reserva devem ter extensão igual ao trecho compensado e estarem localizadas no mesmo bioma da reserva, ainda que em outro estado



Ora, em casos de terras griladas, em que os 'proprietários' desmatam uma área de reserva em condições de plantio e doam uma que não tem condição de ser usada. O novo Código foi feito dentro de uma idealidade, não de uma realidade. O deputado Aldo Rebelo esteve em Manaus e em Cruzeiro do Sul participando de audiências públicas. Isso não lhe dá sequer uma mínima idéia do que é o Amazonas em termos de agricultura, escoamento da produção e áreas indígenas.


Aliás, isso é uma outra questão: em Manaus pessoas que se dizem indígenas estão invadindo áreas de preservação. Mas isso é tema para um próximo post.







segunda-feira, 23 de maio de 2011

É essa a nossa paga presidente Dilma?

Há pouco mais de dois meses ouvi a presidente Dilma Hussein, ops, Roussef anunciar que prorrogaria os incentivos fiscais por mais 50 anos. Imaginei de imediato o fim do tema não ser colocado no discursos dos candidatos a deputados federais que se acotovelam em dizer que lutará em defesa da Zona Franca. mas depois pensei: esses mesmos candidatos irão dizer: foi por minha intervenção que a presidente Dilma prorrogou por mais 50 anos a ZFM.

Também lembro que nas eleições do ano passado o Amazonas deu mais de 80% dos votos para a então candidata a presidente Dilma, fato repetido apenas nas eleições do ex-presidente Lula, que honrou os compromissos de liberar mais recursos para investimentos em infra-estrutura como para o programa Luz para Todos. E este tipo de investimento, em um estado com dimensões continentais, é de fundamental importância.


A edição da Medida Provisória 534 que incluiu os tablets na chamada "Lei do Bem", primeiro passo para a produção dos equipamentos no Brasil. A MP altera o artigo 28 da lei número 11.196/2005 e serão beneficiados dispositivos "que tenham uma unidade central de processamento com entrada e saída de dados por meio de uma tela sensível ao toque de área superior a 140 centímetros quadrados".


E como a bancada de burrinhos de presépio que o Amazonas tem tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado, não houve sequer um mínimo de resistência para esse medida fosse tomada. Dos oito deputados, apenas Pauderney Avelino (DEM) demonstrou uma reação e os demais foram pegos de calças curtas. Todos habituados a baixar a cabeça para tudo que o Palácio do Planalto. No senado, pior ainda. Os três arremedos de senadores não fazem nada a não ser defender os seus próprios interesses. Basta ler os seus pronunciamentos.


Para quem dá mais de 80% de votos, desconfio que o tratamento deveria ser outro. Mas independente dessa votação, deveria ser levado em consideração que o Amazonas, a exemplo de outros estados da região Norte como Roraima, Amapá e Acre, precisam de mais investimentos em função do isolamento geográfico. Mais que isso, deveria dar sustentabilidade ao modelo Zona Franca enquanto esses estados buscam desenvolver seus potenciais econômicos..


Não se sabe ainda o impacto dessa medida provisória sobre a ZFM, mas pode ser o início de uma série de outras medidas mais danosas. Como bem o disse Pauderney, "essa MP é nada mais, nada menos, que um estelionato eleitoral". É essa a nossa paga presidente Dilma?