sexta-feira, 20 de abril de 2012

Dia do índio? E há o que comemorar?

Datas comemorativas sempre me remeteram a um questionamento profundo: porque homenagear se temos um débito a honrar? Eleger um dia para prestar solidariedade é um desencargo de consciência pura e simplesmente.
E no caso específico do índio o desencargo é ainda maior. O Brasil não foi descoberto, foi invadido! Quando chegaram por estas plagas os portugueses, já encontraram os gentios que, por não serem cristãos foram considerados com alma somente
Na comemoração dos 500 anos do "descobrimento" em 2000, um índio pataxó não incluído nas falas, conseguiu exprimir a exata medida do que representa a chegada dos portugueses: São 500 anos de sofrimentos, de massacres, de exclusão, de preconceito, de exploração, de extermínio de nossos parentes, aculturamento, estupro de nossas mulheres, devastação de nossas terras, de nossas matas, que nos tomaram com invasões. Hoje querem reafirmar a mentira do descobrimento"
A igreja perdiu perdão, mas de fato nada se faz quando se notícia casos como o da criança indígena que foi queimada viva no Maranhão. O índio Galdino Pataxó somente teve repercussão porque foi no centro do poder brasileiro.
No Alto Solimões, desterrados, dezenas de índios Ticunas suicidam todos os anos. Alguns nãpo entram sequer nas estatísticas e muitos deles são vistos bêbados ou jogados pelas sarjetas das cidades da região. Mais do que comemorar, o momento é de resgatar não apenas a história, mas também a dignidade e a altivez desta nação que foi dizimada em um verdadeiro genocídio em toda a América.
É isso!

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