segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Transplante de vontade política resolveria muitos problemas

Normalmente não dou espaço aos releases que me chegam pois sei que os veículos de comunicação sempre darão. Mas há casos que merecem. Penso que transplantes devem ser sim incentivados e, sempre que possível, colocados na pauta de discussão. O Amazonas poderia fazer mais transplantes se houvesse uma melhor estrutura de captação.


Isso poderia ser conseguido se ao invés de se trazer uma competição como o UFC para Manaus, fossem feitos os devidos investimentos em saúde, capacitação de mais profissionais não apenas na capital, mas pelo menos nos principais municípios das mesorregiões do Amazonas. 


Trazer um evento como o UFC para Manaus é interessante para quem o promove e quer ligar o nome à marca mais famosa do mundo: Amazônia! Quer usar a marca ou fazer o evento aqui, que pague por isso, não venha aqui para receber benesses de um estado que já tem problemas que vão se acentuando cada vez que se tira recursos da saúde, segurança, educação, produção e infra-estrutura para divulgar o Amazonas.


Nada contra o UFC, muito ao contrário. Quero até levar meu filho para lhe dar essa alegria, já  que ele gosta muito. Mas penso que não se pode tirar recursos do governo para isso. Já vai entrar com o espaço, que ele seja é pago por isso. Duvido que o HSBC não tenha recebido o aluguel do espaço para a realização do UFC.


Tivesse o Amazonas mais estrutura para transplantes, menos pessoas estariam nas filas de hemodiálise, de córneas,  e de outros órgãos. Doadores existem, mas não podem ter seus desejos atendidos por pura falta de especialistas, transporte adequado ou salas preparadas para as operações de retiradas de órgãos.


Digo isso porque falei com a tia de um doador que teve seus órgãos doados, mas o coração não foi aproveitado porque não tinha condições de transportar para uma outra cidade em que havia uma pessoa esperando. Um órgão a menos, uma pessoa a menos sendo beneficiada.


Cirurgiões fazem captação de rim para transplante no João Lúcio


A equipe de cirurgiões amazonenses que esteve na semana passada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, participando de treinamento para realização de captação de órgãos para transplante no estado do Amazonas retornou a Manaus na noite da última sexta-feira (26) e na manhã deste sábado (27) já realizou uma captação de órgãos no Pronto-socorro João Lúcio. Foram captados dois rins que beneficiarão dois pacientes renais crônicos, inscritos na lista de receptores.

A captação foi realizada pela equipe formada pelos cirurgiões Raymison Monteiro, Sidney Chalub e Jonas Menezes que estiveram participando do treinamento intensivo para extração e acondicionamento de múltiplos órgãos.

O treinamento faz parte do cronograma estabelecido pela Secretaria de Estado da Saúde (Susam) que visa a consolidação da política estadual de transplantes cujo objetivo é estabelecer um fluxo perene de doações e a imediata realização dos transplantes, devolvendo a saúde dos pacientes portadores de doenças crônicas.

A captação realizada neste sábado foi feita mediante autorização da família de um jovem de 18 anos que faleceu em decorrência de um acidente vascular hemorrágico. Dois pacientes inscritos na lista de receptores de órgãos foram beneficiados com a doação. Os transplantes estão sendo realizados no Hospital Santa Júlia, contratado pela Susam para a realização das cirurgias, e serão finalizados na noite deste sábado.

A coordenadora estadual de transplante do Amazonas, Leny Passos, lembra que esta é a segunda captação de rins realizada esta semana e que este é o ritmo que a coordenação pretende estabelecer para atender o mais breve possível a todos os pacientes que esperam por um transplante. “Nós estamos fazendo um trabalho de conscientização e pretendemos estabelecer a cultura da doação de órgãos, pois somente assim poderemos atender a todos que precisam de um transplante”.

No Amazonas são realizados os transplantes de córneas e rins a partir de doador falecido e também de rim entre vivos. A coordenadora lembra que atualmente mais de 400 pacientes renais crônicos aguardam por um transplante no Estado. Outros 600 esperam por uma córnea.

Já foram realizados mais de 170 transplantes de rim e 600 de córnea.


Um comentário:

  1. Sempre interessante o seu argumento! Concordo que é preciso, sim, uma maior e melhor política de doação de órgãos em nosso Estado e tem certas coisas que valem a pena ser divulgadas, como esta daí.
    Beijão!

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