quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O outro lado do carnaval de Manaus

Enquanto o governo do estado anuncia um repasse de R$ 4,6 milhões para o carnaval amazonense , tem um outro lado do carnaval que muitos nem imaginam. Quando o governo faz esse repasse, supõe-se que gera-se emprego e renda e imagino que o governador Omar Aziz pense que é isso mesmo que acontece. Mas não é bem assim. Alguns fornecedores de materiais usado nas confeções das fantasias das escolas de samba que estão sem receber já há algum tempo, quatro anos por exemplo, embora todos os anos as escolas recebem repase do governo e da prefeitura, bem como arrecadam dinheiro nas festas em suas quadras.
Em uma rápida consulta no site do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) pude indentificar algumas das escolas que estão com títulos sendo protestados por fornecedores. A escola Balaku Blaku, por exemplo, tem um título sendo protestado no valor de R$ 168.460,06. A Mocidade Independente Coroado tem uma dívida de R$ 28.266,21. A Gremio Recreativo e Cultural Escola de Samba Grande Familia tem dívidas de até R$ 208.000 mil. A Mocidade Independente de Aparecida tem dívidas que ultrapassam cem mil reais.
Somados esses R$ 4,6 milhões, nos últimos cinco anos o governo já repassou R$ 15 milhões ao carnaval amazonense. Esse ano a Associação do Grupo Especial das Escolas de Samba de Manaus (Ageesma) ficou inabilitada para receber as verbas pois teve as contas de 2006 reprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). A forma encontrada foi o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria Estadual de Cultura (SEC), assinar, neste dia 2 de janeiro, um convênio com a Liga das Escolas de Samba do 1º e 2º Grupo e Blocos Carnavalescos de Manaus (LESBCEM) para o pagamento das despesas das 26 agremiações que irão desfilar no Sambódromo entre os dias 7 e 9 de fevereiro, totalizando neste montante inicial R$ 3,2 milhões.
Surpreso com esas informações? Espere então até você saber que, como as escolas de samba estão devendo os fornecedores locais, e quem poderia vender se nega a receber uma carta de crédito sem crédito, as escolas estão indo buscar fornecedores fora do estado, levando divisas para fora do Amazonas. Ou seja, não estão gerando renda para as empresas locais fornecedoras, e sim gerando dívidas, pois algumas delas, para sanar suas dívidas com fornecedores e os empregados, recorreram a empréstimos para não fecharem as portas.
Mas não fica apenas no carnaval. Nos festivais folclóricos, incluindo o de Parintins, é a mesma coisa. Mas isso é coisa para um outro texto!

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