quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Quantas mortes mais para retirar o aeroclube?

Foto de Pamela Alana


Há pouco menos de um ano aconteceu um acidente com vítimas fatais próximo ao Aeroclube de Manaus. Hoje, houve mais um acidente, sem vítimas fatais, mas que coloca em cheque o papel da Câmara dos Vereadores. Lembro de discursos inflamados de vereadores pedindo providências para retirar o aeroclube ali do Parque das Laranjeiras, área residencial e, portanto, em não-conformidade com as normas da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

Na época escrevi sugerindo que inclusive fosse transferido para outro local e desse espaço para a construção de uma rodoviária decente, tendo em vista que a que Manaus possui hoje nem me atrevo a chamar de rodoviária.

Bem, como a reforma do aeroporto em andamento, duvido muito que se faça alguma alteração para mudar o aeroclube para lá ou, justamente por isso, se faça a alteração. Mas é preciso que se faça estudos hoje de viabilidade econômica, ambiental e legal. A bem da verdade, este estudo já está feito, tendo em vista que pode ser utilizado o mesmo que foi feito pelo Programa de Apoio à Elaboração dos Planos Municipais de Saneamento e Gestão Integrada de Resíduos Sólidos dos Municípios do Estado do Amazonas (PLAMSAN).

Esse estudo foi direcionado para a construção de aterros sanitários, que por via de regra devem ficar longe de aeroportos. Basta fazer uma adequação. Levar o aeroclube para a região de Iranduba não é má ideia, ainda mais com o advento da ponte rio Negro. Mas são sugestões e penso que merecem ser pelo menos discutidas.

Eu espero, a bem da verdade, que não nos limitemos a apenas debater o tema e não fazer nenhuma ação e, no próximo acidente, volte-se o tema a ser discutido. Espera-se muito dessa nova gestão, mas não pode-se colocar nas costas dela essa responsabilidade sozinha. A área do aeroclube é da Aeronáutica e, portanto, envolve o governo federal.

Manaus é uma cidade de dois milhões de habitantes, uma metrópole, portanto, e merece bem mais do que o descaso do poder público e  o silêncio de sua população para resolver seus problemas.

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